Depois de passados alguns anos, Hollywood tomou coragem para tentar novamente filmar “Godzilla“. Ícone da cultura japonesa, não teve sucesso nas tentativas passadas ao aparecer nos Estados Unidos com filmes, no máximo, medianos.
A última tentativa foi em 1998 com um filme em que um lagarto gigante, gerado a partir de testes nucleares, destrói Nova Iorque. Seria um bom filme catástrofe, só não é Godzilla.
Em 2014 já temos o melhor que os efeitos digitais podem nos oferecer e pelo trailer, apenas com um pouquinho do que aparece do monstro, já ficamos esperançosos com o que veríamos: agora sim um Godzilla.
Praticamente os únicos dois atores do filme…
O filme é do diretor que apareceu no circuito com o independente “Monstros”: Gareth Edwards. Curioso não?
No elenco temos o grande Bryan Cranston, como o cientista Joe Brody, para trazer dramaticidade ao filme, eAaron Taylor-Johnson fazendo papel de seu filho já adulto.
Agora, indo ao filme, não me entendam mal com o que vou escrever. Eu gostei do filme, mas muita coisa incomodou. Talvez fosse a expectativa, mas este que tinha tudo para ser um épico, é apenas mais um filme. Ele tem tantos probleminhas que é difícil não somar tudo e fazer várias críticas.
Começamos a falar que o filme do Godzilla só começa após pelo menos uma hora. Antes disso, temos uma introdução e um filme no ‘estilo Spielberg’ de mostrar a família que se perde no meio da guerra para se encontrar no fim. Aquele drama familiar de pai que perde o filho, que se separa da esposa, que é levada por uma multidão, abandonado na rua ou qualquer coisa do gênero. São pelos menos 4 crianças abandonadas e perdidas pelos pais com olhos cheios de medo por ver um monstro gigante.
Dr. Ichiro sempre no lugar privilegiado para a vista do monstro.
Eu contabilizei também 5 cachorros, incluindo a cena clichê do cão abandonado preso na coleira enquanto a família fugia. E ainda no mundo animal, até a cena das aves voando no sentido contrário às pessoas, mostrando de onde vem o “perigo”, tem.
Também temos o ex-cientista problemático e cheio de ideias sobre teorias da conspiração (que logicamente está certo e ninguém acredita) e que é o mesmo cara que devia estar preso e é levado exatamente para onde ele queria ir e não deveria saber…
Ainda nos clichês, são duas cenas cruciais de encontro entre humanos e monstro que se passam, sem necessidade, em pontes, o que seria o lugar mais fácil de um monstro que mede o tamanho de um prédio destruir e evitar a passagem, matando centenas de pessoas. Claro que para fugir de um monstro que vem do mar, vamos para a Golden Gate Bridge!
Nem vou falar das ótimas cenas e emoções passadas pelo Dr. Ichiro, interpretado por Ken Watanabe, que só aparece para fazer cara de drama sempre nos lugares “privilegiados”.
Sim, o novo Godzilla está gigante e sensacional! E esse é o único motivo para irmos ao cinema.
Mas finalmente vemos o Godzilla. Quer dizer, quase vemos… as cenas são escuras, em cidades sem iluminação e cercado de nuvem e poeira. Nesse momento temos quase a certeza que quem assumiu o papel de diretor foi Michael Bay.
Resumindo, é pouco Godzilla para muito drama familiar, clichês e mais clichês.
Para se redimir, o que vemos de Godzilla funciona. Realmente o monstro está mais fiel ao Gojiraque conhecemos. Está gigante, o maior já mostrado até hoje, amedrontador e fazendo o que deve ser feito. Algumas cenas dele na cidade funcionam e remetem aos episódios clássicos. Trinta minutos de filme, para mim, estaria bom!
Acredito que o filme, diferente do anterior, irá agradar aos fãs e aos não fãs, mas vá curtir um filme pipoca e deixe o cérebro em casa.