“Millenium- Os Homens que não amavam as mulheres”, pois é, que nome forte, tal como o filme também é forte, com uma carinha de seven e uma pintada de zoadico, o suspense investigativo de fincher acerta de novo. Temos aqui um roteiro muito bem trabalhado, não apenas na construção e imersão ao que está sendo investigado, mas sim na construção de um ambiente como um todo, seus dois protagonistas são espetacularmente apresentados e desenvolvidos, todas suas nuanças e diques são mostrado, nem sempre jogado na cara do telespectador, mas para quem está prestando atenção percebera tudo que roteia nossos protagonistas, tal como a família Vanger, todo seu ódio de herança, suas rixas e desencontros são extremamente imersivos, culpa deste ótimo roteiro de fincher que conta a historia de Mikael Bomkvist (Daniel Craig) e Lisbeth Salander (Rooney Mara), um homem que vive dentro dos padrões sociais mas desacreditado profissionalmente e uma mulher que vive fora dos padrões sociais muito creditada profissionalmente, os dois se unem para investigar um caso em uma família, a onde ocorreu um desaparecimento a mais de 30 anos. O filme fala sobre invasão a privacidade, e violência domestica e abuso de uma maneira áspera, é como um soco no estomago, a personagem de Lisbeth Salander (Rooney Mara) é incrível, uma gótica, com um visual completamente oposto do que é descrito nas convenções sociais que luta contra si mesma numa busca por algo real. Tecnicamente, o filme é muito bom, primeiro a fotografia, não temos nada de outro mundo, mas a fotografia é sempre sóbria, cinza, com tons mais escuros, muito tradicional dos filmes de Fincher, a não ser nos momentos de flashbacks, ai o tons mais claros tomam conta, a película fica clara e com uma paleta de cores mais amarelada, podemos observar um cuidado nesse quesito em todo filme, e a trilha sonora é sempre sagaz, nada memorável, mas ela está ali, sempre. Rooney Mara, acostumada a papeis bonitinhos está aqui completamente descaracterizada, e faz uma atuação muito sóbria, tal como seu parceiro. Por fim, “Millenium- Os Homens que não amavam as mulheres” é um filme que agrada.