Alvin e os Esquilos 3: Crítica AdoroCinema

A estrutura da série Alvin e os Esquilos é bem conhecida: mescla de humanos com personagens em animação, que provocam travessuras em meio à cantoria de alguns dos principais sucessos do momento. Tudo com a conhecida voz aguda dos esquilos, divertida para uns e insuportável para outros. Os dois primeiros filmes ainda traziam algumas referências à indústria musical, sem se aprofundar tanto até por não ser este o enfoque almejado. Alvin e os Esquilos 3 deixa isto de lado: o foco é nos esquilos e apenas neles. Tanto que, durante boa parte do novo longa, eles nem mesmo contracenam com humanos.

A história desta vez traz os irmãos Alvin, Theodore e Simon, acompanhados das esquiletes Brittany, Jeanette e Eleanor, sendo levados pelo tutor Dave (Jason Lee, banal) rumo à Europa, onde farão um grande show. Querendo descansar, Dave resolve viajar de cruzeiro. É claro que o plano não segue como ele pretendia, já que Alvin quer mais é se divertir. Cenário perfeito para confusões em pleno convés, que vão desde surfar no tênis até um insólito duelo de dança. Palco também para um dos principais ganchos da história: Alvin quer ser tratado como adulto, enquanto que Dave ainda o vê como criança.

A ficha da responsabilidade cai para Alvin quando, numa de suas brincadeiras, deixa o navio e, perdido em alto mar, acaba indo para uma ilha deserta, ao lado dos irmãos e das esquiletes. É a partir de então que os humanos praticamente saem de cena e o filme ganha ares de Robinson Crusoé, com a inevitável disputa por comida e as dificuldades naturais de quem há tempos não vive mais na floresta. Como pano de fundo surgem subtramas requentadas, como a transformação do tímido Simon em um aventureiro romântico com sotaque francês. Não é de hoje que Hollywood apela para o estilo europeu como forma de transformar por completo a personalidade de um personagem, basta lembrar de Buzz Lightyear em Toy Story 3 e sua versão espanhola. A ideia é exatamente a mesma.

Alvin e os Esquilos 3 até conta com algumas piadas bem sacadas, referentes a outros filmes – O Senhor dos Anéis, Náufrago, O Capitão Corelli, James Bond –, mas não traz algo de novo para a série como um todo. Trata-se de uma mera aventura de Alvin e sua trupe, sem adicionar elementos ao que já era conhecido de filmes anteriores. Destaque para a trilha sonora, onde certas canções escolhidas não apenas são sucesso como também se adequam à situação de momento na história. Entretanto, este é um detalhe que apenas quem conhece inglês terá a chance de perceber, já que as músicas não são legendadas.