SERENA é um filme de drama, dirigido pela dinamarquesa Susanne Bier, baseado na obra original de Ron Rash e foi lançado em 2015, unicamente para DVD. Eu não li o livro, portanto, não tenho como fazer referências, mas comentarei sobre tudo que assisti nessa adaptação.
O filme se passa no ano de 1929, protagonizado por Jennifer Lawrence que vive Serena, uma moça nova na vida do campo, porém muito hábil e muito inteligente como qualquer um do sexo oposto, ela é marcada na pele por um passado bem trágico, e vê em George Pemberton (Bradley Cooper) a chance de se apaixonar e recomeçar sua vida tão amargurada. George é um grande investidor nos negócios, e possui um madeireiro, onde fornece vários empregos para os moradores locais. Ele logo conhece Serena, por quem se apaixona somente com um olhar, logo se casam e pretendem formar uma família e investir em terras Brasileiras, na esperança de lucros com os negócios e moradia no Brasil. Porém os acontecimentos futuros mudarão pra sempre a vida do casal.
Logo após os sucessos de Silver Linings Playbook (2012) e American Hustle (2013), Jennifer e Bradley voltam à atuar juntos, novamente como uma casal (como foi vivido em 2012). Eles possuem uma química perfeita e funcionam muito bem juntos, principalmente em casais. O longa foi rodado em ótimos cenários de épocas, envolvendo densas florestas e belos vilarejos, com uma boa ambientação e uma fotografia impecável. Impossível não se impressionar com o belo trabalho da direção de arte em cena. Os figurinos de épocas também ficaram muito bons, a trilha sonora de violoncelos de Johan Söderqvist está leve e suave, se encaixa bem no filme. Pontos positivos!!!
Se os cenários são belos, a fotografia impecável e a trilha sonora boa, o roteiro por sua vez é ruim. Definitivamente esse roteiro funcionaria bem melhor em uma novela do que em um filme. Como já mencionei no início, eu não li o livro, mas pelo o que acompanhei em suas 1h 49min, o ponto mais negativo do filme é o roteiro. Os personagens foram maus construídos e são incoerentes, não funcionam. O filme traz uma vasta lista de atores, mas são poucos explorados, na verdade, cada personagem (tirando os dois principais) não cria uma conexão lógica com nada e com ninguém, estão no filme unicamente por algumas cenas, mas logo são esquecidos pelo roteiro e apagados sem mais nem menos.
Jennifer Lawrence tem uma atuação boa (mas nada perto do que ela já apresentou), ela começa devagar, cavando seu espaço e logo após o casamento, ela já começa mostrar a sua ambição. Sua personagem Serena Pemberton, é uma mulher traumatizada pelos acontecimentos passados em sua vida, e quando se apaixona por George, ela se entrega a ele de corpo e alma, sequer imaginando um dia em que ele à deixará. Serena é confrontada com a notícia de que não poderá ter mais filhos, então ela se sente traída pelo próprio destino e vê a possibilidade de perder George se aproximar, uma vez que ele tem um filho com Rachel Harmon (Ana Ularu). Ela se sente acoada e desperta seu lado impetuoso, se mostrando uma psicopata em busca de vingança. Jennifer está bem na personagem, sua atuação tem momentos bem convincentes (como a cena em que ela descobre ser infértil), ela se mostra fria e ao mesmo tempo muito letal sem seus pensamentos, mas mesmo com todos os seus esforços, ela não consegue salvar sua personagem do roteiro ruim e do péssimo final.
Bradley Cooper está mais fraco que Jennifer, seu personagem não contribui com o esperado, mesmo fazendo um casal romântico com ela, ele está muito longe de apresentar um belo trabalho como em Silver Linings Playbook. George Pemberton é um madeireiro que se sente acoado com os empréstimos e tenta de tudo pra se salvar, apostando em terras Brasileiras, e vivendo um romance com muito sexo com Serena. O personagem de Bradley parecia ser muito promissor, mas com o passar do tempo, ele vai perdendo a essência e sua atuação vai ficando mais fraca e nas partes finais, principalmente na cena em que ele tenta salvar seu filho das garras de Galloway (Rhys Ifans) no trem, ali pra mim, é a pior parte, não me convenceu e ficou uma cena perdida, tanto da parte de George e mais ainda da parte de Galloway. Sem esquecer claro do seu final, é péssimo, eu me recusava a acreditar que o personagem do Bradley teria realmente aquele final. Não sei qual foi o pior, o dele ou o da Jennifer.
Os outros atores estão medianos (totalmente por culpa do roteiro) e logo se perdem em cena.
Rhys Ifans (O Espetacular Homem-Aranha / Harry Potter) mostra seu personagem fechadão logo de início e com ar de superioridade, todo misterioso, mas nas partes finais, seu personagem fica lamentável e perde o sentido, se passando mais como um cão de guarda. Toby Jones (Capitão América 2 - O Soldado Invernal / Jogos Vorazes) é o Sheriff McDowell, que também se mostra muito promissor, mas logo também perde o sentido. Não deu tempo de construir seu personagem, suas cenas foram muito curtas, uma pena. David Dencik (Cavalo de Guerra) é Buchanan, braço direito e melhor amigo de George, mas logo é apagado e não consegue explorar sua atuação no personagem. Sean Harris (Prometheus) é Campbell, funciona como uma espécie de homem de confiança de George e é nele que George busca ajudas nas horas necessárias. Outro que teve uma boa atuação, se mostrando um tanto curioso com os seus acontecimentos finais, mas também não teve espaço para trabalhar o personagem. Na verdade, tirando a Jennifer e o Bradley, nenhum ator teve o devido tempo e espaço para formar um personagem Coerente. Pontos negativos!!!
Portanto: SERENA tinha tudo pra ser um ótimo filme, mas o roteiro tomou conta de joga-lo no buraco. Fico com minhas dúvidas e curiosidades sobre o livro, será que é melhor que o filme??? Realmente uma grande pena, visto que o longa é repleto de ótimos atores, mas nessa novela de Susanne Bier, não tinha como funcionar.