Mortal Kombat
Eu passei praticamente a minha infância e adolescência jogando Mortal Kombat nos saudosos Super Nintendo e Mega Drive. Conheço o jogo desde 1995/1996, quando na época eu não saía das extintas locadoras onde eu jogava o jogo por 1 hora 1 real. Até hoje sou um fã completamente apaixonado pela franquia de jogos e os acompanho de geração após geração. Não há como negar que Mortal Kombat, juntamente com Street Fighter e Killer Instinct, moldaram o mundo dos jogos eletrônicos de lutas.
Em questões de adaptações para o cinema temos Mortal Kombat (1995), do fraquíssimo Paul W.S. Anderson, e Mortal Kombat - A Aniquilação (1997), de John R. Leonetti. Como um fã da franquia de jogos eu curtia muito os filmes na época, até gostava mais do segundo pelo fato de apresentar mais personagens icônicos, e querendo ou não, os dois filmes dos anos 90 fizeram muito sucesso na época, agradando uns e desagradando outros. Porém eu vou confessar que os desenhos do Mortal Kombat me agradava muito mais que os filmes.
Confesso que eu não sou um fã das adaptações de jogos de vídeo games para o cinema, sendo que até hoje a única adaptação que eu achei mais aceitável foi 'Silent Hill'. Portanto eu não achava que Mortal Kombat ganharia uma nova adaptação, ainda mais depois de 24 anos.
O mais novo Mortal Kombat nada mais é do que um "Fan service". Claramente podemos notar inúmeras referências trazidas dos jogos para o filme, referências essas que todos os fãs de Mortal Kombat irão vibrar ao assistir. Como os icônicos 'fatalities', desde o clássico do Kano arrancando o coração (do MK1), até um dos mais recentes, como o da serra com o chapéu do Kung Lao. Ainda temos os fatalities do Jax, da Sonya, do Shang Tsung, além do clássico dragão do Liu Kang e do bafo de fogo do Scorpion. Ainda temos referências aos golpes clássicos (como o do Liu Kang), aos cenários de lutas clássicos como a ponte (the pit), as trilhas sonoras clássicas dos jogos (ou pelo menos uma mera tentativa). Além é claro, o Kano wins, o Kung Lao flawless victory, o finish him do Shang Tsung e o Scorpion mandando o icônico get over here.
Se por um lado o novo Mortal Kombat trouxe referências clássicas e icônicas dos jogos que agradaram aos fãs, por outro o filme está mergulhado em inúmeros problemas. Começando pelo roteiro que é raso, desconexo, mal elaborado, mal explorado, com uma história pífia. Os personagens foram mal aproveitados, mal desenvolvidos, lutavam entre si sem um objetivo claro, e nem mesmo o grande torneio 'Mortal Kombat' foi apresentado. O personagem Cole Young (Lewis Tan), que a própria Warner Bros exigiu que fosse o protagonista (já eu acho que ele está unicamente ocupando o espaço que deveria ser do Johnny Cage), é a coisa mais babaca e sem nexo de todo filme. Um personagem bobo, chato, vazio, perdido, claramente sem nenhum objetivo que não fosse defender a sua família, por sinal a pior parte do filme, onde fica muito melodramático e piegas demais. E o que foi aquele projeto de Reptile que o filme nos mostrou com outro nome? RIDICULO!
O filme ainda nos entrega lutas bem coreografadas, bem desenvolvidas, bem violentas e sangrentas no estilo Quentin Tarantino, como na excelente luta inicial (por sinal a melhor parte de todo o filme). Os efeitos especiais são muito bons e funcionam muito bem. Eu destacaria a fotografia na parte inicial do longa, onde ela está sublime e completamente impecável.
Mortal Kombat é aquele típico filme que devemos assistir unicamente por sermos fãs da franquia de jogos, sem nos preocuparmos com roteiros, enredos, histórias. É aquele filme descompromissado, descontraído, feito unicamente com o propósito de entreter (e nisso ele funciona direitinho), pra assistirmos com os amigos, com a galera, pra nos divertirmos e curtirmos a porradaria como se estivéssemos na frente do Super Nintendo nos saudosos anos 90. [13/07/2021]