Na cultura dos filmes românticos, o amor é maior que tudo. O caso do rei Eduardo VIII (James d'Arcy), que abdicou do trono para casar com uma americana divorciada, Walli (Andrea Riseborough), pode facilmente ser associado à isso. E é nisso que Madonna, em sua segunda aventura como diretora, acredita. Visualmente, o filme é competente. O figurino é muito bonito, a fotografia é bem construída e a direção de arte chama atenção. E os atores até se esforçam, porém o longa não desenvenda à fundo os batidores dessa famosa história de amor, e, sim, reafirma clichés. Além de criar um contra ponto ingênuo com o polêmico e histórico romance, através de uma desnecessária segunda históra que se passa na década de 90, a forma de mostrar a paixão e a realeza são esteriotipadas. E as questões trabalhadas, assim como os sentimentos e os pensamentos das personagens, não ganham tratamentos aprofundados, o que faz o filme atolar na mesmice, graças ao roteiro fraco, mas a direção extremamente melodramática, também, contribui para o clima adolescente do filme. Há uma nítida vontade da diretora/co-roterista em querer provar competência ao ex-marido, o diretor Guy Tichie, mas a tentativa é pífia. Uma pena.