pra quem gosta de filmes sujos e honestos, esta é uma otima pedida. keanu reeves com rostinho de bebê, direção um tanto quanto magnífica. gus van sant. tudo bem, sou um pouco suspeito para falar dele. adoro este diretor e quase tudo o que ele faz. o filme se desenrola em ambientes familiares caóticos, um jovem (River Phoenix) perambula pelos subúrbios americanos em busca de sua mãe, ganha dinheiro se prostituindo com homens, sim, ele é gay, assim como seu "melhor amigo" (keanu) também. o personagem de keanu vive no bem-bom, instalado numa mansao e bancado por um suposto pai. na verdade, seu pai biológico mora nas ruas e é uma figura paterna para todos os jovens que desejam viver como ele. a vida se incumbe de aproximá-los novamente. keanu decide ajudar seu amigo a encontrar sua mãe, desprendendo-se assim, de todas suas mordomias. ele relembra o tempo em que vivia nas ruas, era dificil, mas sentiu saudade daquela estranha e irrecuperável liberdade. apenas uma moto e alguns trocados no bolso, dois jovens partindo sem um rumo aparente em busca de uma pessoa que talvez nem mais exista. o ambiente consegue ser simultaneamente comico e denso. mulheres, gays, bebidas, brigas, roubos e drogas envolvidas. trata-se de gus van sant. de portland a roma, nosso personagem dorme num aviao e acorda nas ruas, o mesmo possui um raro disturbio emocional no qual desmaia perante situações e lembranças fervorosas, nunca se sabe onde e como ele poderá sucumbir/despertar. as ruas revelam gente mais interessante do que aquelas que possuem a tal soberba "estabilidade". a escuridão é o dia ensolarado desse povo e jamais se tem noção do que acontecerá daqui a cinco minutos. my own private idaho é mais que um filme, uma opção de vida.