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    Larry Crowne - O Amor Está de Volta
    Críticas AdoroCinema
    1,0
    Muito ruim
    Larry Crowne - O Amor Está de Volta

    Perdidos no Roteiro

    por Francisco Russo

    Julia Roberts e Tom Hanks podem levar multidões aos cinemas com sua simples presença. Será? Não foi o que demonstrou a bilheteria de Larry Crowne nos cinemas americanos, com seus minguados US$ 35 milhões. O jeito é apostar no mercado externo, onde a força do astro costuma ter peso na escolha sobre qual filme assistir. No Brasil o longa ganhou o apelativo subtítulo “o amor está de volta”, para que não haja dúvidas sobre qual é seu gênero. Só que, a não ser que você seja muito fã da dupla, o resultado é decepcionante. E o culpado maior é o próprio Hanks.

    Larry Crowne é uma espécie de projeto particular de Tom Hanks, o qual assina como diretor, ator e ainda roteirista, ao lado da superestimada Nia Vardalos. A história traz um homem de meia idade (Hanks) surpreendido com a demissão, mesmo sendo um funcionário exemplar. A causa do pé na bunda? Falta de curso superior. É o suficiente para que ele, mesmo sem emprego, corra atrás de uma formação. Na faculdade faz novos amigos, muda o estilo de vida e conhece Mercedes Tainot (Julia Roberts), a professora de oratória que enfrenta problemas de relacionamento e está desanimada com a falta de interesse dos alunos. Não precisa ser gênio para deduzir o que irá acontecer.

    O problema maior do longa-metragem não está em sua obviedade, até porque ela de certa forma faz parte do gênero comédia romântica, mas no roteiro frágil e abobalhado da dupla Hanks e Vardalos. Vários clichês são explorados, como a tentativa de provocar ciúmes através da amizade do personagem de Hanks com uma colega de classe bem mais nova, a rivalidade entre fãs de Star Trek e Star Wars e os acasos do destino que acabam aproximando o casal protagonista. Fora os estereótipos extremados, como o namorado de Mercedes que vive acessando pornografia na internet e o professor “ameaçador” interpretado por George Takei. Entretanto, nada é páreo para a constrangedora cena do close em Tom Hanks de cueca, que serve apenas para provocar supostos ciúmes em uma subtrama muito mal fundamentada. Inacreditável que Hanks, com toda sua experiência, tenha aceitado incluir uma cena do tipo justo no filme que ele mesmo idealizou.

    O suspiro de alento atende por Julia Roberts. Não que a eterna linda mulher - chamada de tábua de passar pelo namorado no filme – brilhe em cena. Julia apenas empresta a beleza em cenas onde sua personagem precisa, simplesmente, ser bela. As expressões de desprezo e desânimo que faz em certos momentos divertem, pela constatação do desastre que é sua vida. Nada além disto. Pouco para sua carreira e o que representa no cinema, muito diante do que o restante do filme oferece ao espectador.

    Larry Crowne é um filme muito fraco, com piadas ingênuas e desconexas que servem apenas como desculpa para que os dois astros desfilem em cena. O fracasso nos cinemas americanos é merecido.

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