Mulher corta o dedo com faca Ginsu ao tentar fatiar seu bolo de aniversário presenteado numa festa surpresa. Quem diria que por fim, depois deste mero acidente doméstico, ela se tornaria o anticristo? Desta premissa ridícula, nasce o enredo de Exorcistas do Vaticano, forte candidato a pior filme do ano. O filme acompanha o comportamento alterado de uma bela jovem interpretada por Olivia Taylor Dudley (que mais parece uma mistura bizarra de uma juvenil Patricia Arquette com a Kristen Stewart, possuidora de um olhar brandamente mefistofélico, e que por alguns momentos começa a divar mais que a Cher e a Madonna juntas num duelo de carões e cabelos esvoaçantes). O desenlace faz o espectador querer pedir seu dinheiro na bilheteria de volta, e pouca coisa interessante acontece em toda película. Dá-lhe uma sucessão de bolas fora e clichês: planos de câmera escuros, gritos desenfreados, edição cortada, demônio possuindo corpo alheio, uma pitada de sangue e nojeira, membros retorcidos, objetos que se movem aleatoriamente, pássaros assustadores, péssimas atuações, roteiro pífio, cenas bizarras (como mortes de figurantes das formas mais absurdamente grotescas) e por aí vai... Nada no filme funciona. Não causa medo, nem sustos, nem suspense, muito menos horror. O roteiro na verdade só provoca dois artifícios reprováveis em um filme: tédio e comédia involuntária. O elenco está péssimo, mesmo contando com alguns rostos conhecidos como os de Michael Peña, Djimon Hounsou, Kathleen Robertson e Dougray Scott. O roteiro é muito ruim, e a direção não conseguiu tornar o filme nem um pouco cativante. A mesmice rola solta, e alguns diálogos são tão ruins que causam interrogações gritantes nos que assistem tamanha bobagem. O padre que vai realizar o tal exorcismo, que traria o ápice climático do filme (que não chega a empolgar em nenhum momento), parece um senhorzinho filósofo de quinta que decorou a cartilha das frases de efeito do Yoda, só que com gramática correta. Trata-se de um filme que não traz nada de interessante que valha a pena elogiar. Só consigo ver aspectos negativos. Fui ver com amigos, e um deles, no alto de seus joviais 18 anos de idade, se mostrou estupefato com tamanha mediocridade e chegou a comentar que esse seria o pior filme que ele já viu na vida. Não sei se é pra tanto, mas que o filme é difícil de engolir, ah isso é! Nada se salva. Não gaste seu tempo, nem seu dinheiro pra ver essa bomba nuclear devastadora. Só não foi uma experiência completamente ruim, pois estava em boa companhia de amigos que me fizeram rir um pouco com as piadas que brotavam a cada instante de zoeira devido aos despautérios mostrados em cena. Mais uma obra digna do limbo cinematográfico. E cuidado ao beber água entusiasticamente... Pelo que vi neste filme, isso pode ser um sinal de um iminente apocalipse.