...Bem, como os demais filmes do Lars, não é uma coisa assim lá tão fácil de digerir. Mas certamente, possui uma acidez de metáforas desconcertantes, porque, sem querer estragar a graça de quem ainda não viu, (ou seja, podem continuar lendo), mas quem era só calma e razão, precisão e cálculo, terminam por se curvar diante da inocência aliada à representação da própria melancolia em si, feita por Dunst. A melancolia em tempos de "shine happy people" é muito criticada e vista como doença a ser medicada, mas no fundo, é uma percepção necessária do mundo, porque, independentemente de se ele vai mesmo acabar por agora ou não, ficar vivendo na superfície das decisões que todos esperam já é um fim do mundo dentro de si mesmo. O choque com a melancolia, no caso, parece nos querer dizer que a única forma de sim, realmente viver, é encarando essa parte quase morta, esse cavalo que não atravessa, as certezas que se diluem, e ainda assim, desafiadoramente, construir sua "cabana mágica" de valores de modo a continuar vivendo. Enfim, eu gostei, achei difícil de levar na boa, mas gostei, e muito.