Um filme sobre o fim do mundo diferente de tudo que você já viu, o fim está próximo, “Melancolia” nos mostra o fim do mundo seguindo a ideia de Lars Von Trier, polemico, mal educado, tagarela, mas um diretor espetacular, sem alienígenas, sem robôs gigantes ou criaturas que vem do fundo do mar, melancolia não passa de um planeta que está em colisão com a terra, começamos o filme presenciando um casamento extremamente conturbado, com uma família abastada mas problemática, Lars Von Trier antes de falar que todos vão morrer (por favor né, não espere um final de conto de fadas de um filme do Von Trier), ele nos faz conhecer todos os personagens e simpatizar com eles, ou não. A primeira parte é focada em Justine (Kirsten Dunst) que faz uma atuação bem regular, e essa primeira parte que corresponde a metade do filme, depois de 20 minutos fica completamente arrastada, nos dando sempre a mesma mensagem, fica visível que tem algo estranho, o casamento, a festa, o marido e a estrela..., e esses pilares vão se repetindo e se repetindo, na segunda parte a protagonista é a irmã de Justine, a Claire (Charlotte Gainsbourg) que faz uma boa atuação como sempre, nada de exagerado, nessa segunda parte temos todas as consequências do casamento mais o temor da morte iminente, todos os pecados do roteiro na primeira partes são compensados na segunda, que não é perfeita, mas ao menos tem um ritmo, a fotografia é lindíssima, Lars Von Trier abusa da câmera lenta, mas ele pode, pois ele sabe a usar, como todos os filmes dele, a cenas iniciais são obras de arte, com uma trilha sonora triste e magistral, os primeiros 5 minutos de filme são alá “200I, Uma odisseia no espaço”, Lars também grava quase todo filme com câmera na mão, o deixando mais realista e poético. Por fim, temos aqui um ótimo filme de ficção científica, diferente, profundo (poderia ser mais), com problemas de roteiros e ritmo, mas é um filme que surpreende pela simplicidade e no final, mesmo não tendo toda a reflexão que os filmes de Lars Von Trier geralmente causam, quando você deitar no travesseiro, você vai pensar, pensar, e pensar a respeito dessa película, e no final, Justine finalmente encontra seu slogan “A vida na terra é má”.