Em um mundo cheio de barreiras, a verdade é que somos todos iguais, mesmo com diferenças sociais, culturais, étnicas etc. Mas nada disso pode nos tornar mais ou menos humanos; apenas humanos na essência, e diferentes quanto as coisas gerais. Tanto se fala em amor como nunca antes se falou, mas boa parte desse amor foi ideologizado, se tornando nada mais do que uma peça publicitária para o discurso e a retórica por trás de um sistema de ideias.
O próprio filme, num letreiro no refeitório, reproduz parcialmente os escritos do Apóstolo Paulo sobre o amor:
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (1 Coríntios 13:3-8)
E esta é a proposta do filme, falar do amor incondicional, colocar o próximo acima de si mesmo, dos seus obstáculos, e tratá-lo como superior a si mesmo; é abrir mão de fazer ou ser o que se quer para cuidar do outro; em suma, o amor é a única “afirmação” de que a humanidade precisa; o restante é legitimar manobras e programas e interesses nada amorosos.
Com ótimas interpretações, um roteiro emocionante sem ser piegas, o filme é recomendado a todos aqueles que não somente queiram acender uma tocha (a luz, não a destruição), mas mantê-la acesa.