Média
4,4
266 notas
Você assistiu O Conto da Princesa Kaguya ?
4,5
Enviada em 1 de março de 2016
A animação é linda, de uma beleza simples mas requintada e de uma emoção de encher os olhos.

Uma das alegrias do cinema é descobrir obras de diferentes países, nacionalidades e conseguir se conectar a elas mesmo que exista um estranhamento natural, já que fogem do modo tradicional do cinema que estamos acostumados a ver no Brasil, o americano.

Os desenhos japoneses conseguem esse feito sendo universal. Suas produções são feitas do modo clássico, lápis e papel, contra a corrente atual do 3D, mas nada disso importa se a história não for boa. Nos desenhos japoneses geralmente são!

É de uma beleza, sensibilidade, de uma ousadia. São livres pra ousar e ousam, há momentos que pensei: “eles fizeram mesmo isso?” Sim!!! Na animação não há limitação criativa, ela voa. Através da personagem Princesa Kaguya, voa literalmente.

Baseada no conto japonês “O corte de bambu”, Kaguya é encontrada dentro de um broto de bambu por um artesão que a trata como uma princesa vinda dos céus. Ele e sua esposa a criam como filha, solta entre a vegetação do lugar e o bambuzal e os moradores da redondeza que a apelidam de Litlle Bambu. Jovem, seus pais se mudam para a capital para que ela viva como uma princesa que é e seja feliz. Mas para ela a felicidade reside onde ela vivia, livre entre a natureza e o crescente amor pelo jovem Sutemaru.

A voz da princesa Kaguya na versão americana é da atriz Chloë Grace Moretz, seu tom de voz meio rouca traz uma força para a personagem que enriqueceu minha experiência ao assistir o filme.

Curiosidade. Indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2014

Nota do público: 8.1 (IMDB)
Nota dos críticos: 100% (Rotten Tomatoes

Bilheterias
Mundo – $24 milhões
4,0
Enviada em 22 de março de 2016
Sigo as críticas atuais. Essa animação, por si só, pela ilustração é belo e atraente.
A história em si, nos prende e nos faz refletir. Algo fora da animosidade, pois é bem diluído a mitologia japonesa e toda sábia cultura que conhecemos. Uma garota que nasceu da divindade dos céus para ter uma experiência em terra, era a mais humilde, a mais linda e cobiçada. Nesta história é colocado em pauta a moral das pessoas, os sentimentos mais puros e outros degradantes. Recomendadíssimo para crianças e adultos.
4,5
Enviada em 30 de janeiro de 2015
"O Conto da Princesa Kaguya / Kaguya-Hime no Monogatari" de 2013 é dirigido por Isao Takahata de "Túmulo dos Vaga-Lumes / Hotaru no Haka" de 1988 e produzido pelo Etúdio Ghibli de Hayao Miyazaki. Baseado na narrativa folclórica japonesa “O Conto do Cortador de Bambu” é uma história belíssima tanto visualmente quanto em seu conteúdo. O triste é saber que um estúdio de animação que produz filmes com esta qualidade e figura em premiações, como o Oscar, quase todo o ano, tem passado por dificuldades financeiras.

O enredo nos apresenta um camponês que encontra uma menina dentro de um bambu e a cria como filha. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da criança o pai encontra uma quantia de ouro no bambuzal e o utiliza para transformar a menina em uma princesa na corte japonesa. Como ela se torna uma linda jovem, muitos nobres, inclusive o imperador, aspiram desposá-la.

A última animação de Takahata, que já anunciou sua aposentadoria, não é trágico como seu mais conhecido "Grave of the Fireflies" (título em inglês), mas não é desprovido da mesma tristeza e melancolia. Se naquele o cenário era a segunda guerra mundial representada de uma forma espiritual, neste é o japão feudal e a fantasia oriental que não precisa de explicação, que nos deslumbram e causam uma boa estranheza. Kaguya vem para nos relembrar o que é realmente belo e importante na vida e o quanto a riqueza, a tradição e as formalidades podem nos afastar do objetivo final que é a felicidade. Aqui não temos a morte explícita, como fechamento de um ciclo, mas sim a transcendência espiritual fundamentada no Budismo e outras religiões do oriente.

Os traços animados lembram gravuras japonesas que serviram de inspiração para o impressionismo europeu. A cada frame vemos uma pintura viva frente aos nossos olhos, que por vezes podem ser mais eficientes em expressar emoção do, que pessoas reais ou imagens de computação gráfica. Pode ser que seja o fato de sabermos que cada desenho passou pela mão de uma pessoa que acredita muito na sua criação ou mesmo por lembrar ilustrações que nós mesmos produzimos na infância com nossos gizes de cera. E é exatamente sobre crescer e amadurecer que a narrativa versa. Vemos isto na transição das imagens lúdicas no início, para algumas mais sombrias no meio e por fim outras religiosas.

No início de 2014 um erro de tradução fez com que a mídia e a internet anunciassem o possível fechamento do Studio Ghibli, gerando uma comoção dos fãs. Apesar de o engano ter sido esclarecido, o estúdio vai passar por uma reestruturação e um hiato produtivo por conta da aposentadoria de seu fundador e chefe criativo, somada a queda na arrecadação de suas produções. Isso não é menos injusto, já que seus filmes receberam aclamação mundial da crítica e do público. Em especial "Hotaru no Haka" de 1988, considerado um dos melhores filmes de guerra já feitos. Além disso ,"A Viagem de Chihiro" de 2002 é o único filme de língua não-inglesa a ganhar o Oscar de melhor filme de animação, e é considerado por muitos críticos um dos dez melhores filmes da história do cinema.
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