“nasce uma estrela ”, talvez o grande filme com cara de oscar desse ano, um filme que fala sobre a busca pelo sentimento da essência e verdade das coisas, com cenas fantásticas e um estilo de filmagem própria o primeiro longa dirigido por Bladley Cooper é uma grata surpresa. Primeiramente, falando em termos de roteiro, o filme não reinventa a roda de modo algum, até mesmo é um remake de um remake de um remake, mesmo o desenrolar sendo clichê, o filme conta com muitas sutilizas,
nosso protagonista é um homem desesperado por buscar a verdade nas coisas, principalmente, na vida e na arte. Somos colocados na visão de Jack, um cantor famoso e consagrado que começa a perder a inspiração devido a arte estar em um momento pop, a onde tudo é maquiado para ser apresentado ao publico, perdendo assim sua essência, assim, nosso protagonista encontra Ally, em um bar drag de esquina, enquanto tomava seu whisky Jack topa com a mais pura essência da musica e se apaixona primeiramente pela musica e depois, pela cantora, quanto percebe que a mesma também é pura em sua essência, o romance acontece e com o passar do tempo Ally começa sucumbir ao pop, começa a perder sua essência, levando Jack ao desespero, que tenta retomar, tenta, tenta, até que no final, o mesmo percebe que sua própria essência não é mais aceita e comete suicídio. Essa busca dá essência pode ser encarada como uma tentativa de buscar as raízes da arte, uma critica ao mundo atual que pega um cantor, coloca dançarinos, muda seu visual, pinta seu cabelo e lhe dá um nome, sufocando assim seu talento e essência natural, pois como é exposto no próprio filme, não adianta ter apenas o talento, é preciso ter algo a dizer. Curiosamente, o filme serve com uma critica até mesmo Lady Gaga, que é uma atriz talentosa mas que sucumbi ao mundo pop matando assim sua essência pura. ------FIM DO SPOILER----
. Falando de atuações, Lady Caga e Cooper estão bem no filme, ambos fazendo sua melhor atuação – Embora Lady Caga não tenha uma carreira tão extensa como atriz- Mas mesmo assim, não chega a ser um primor absoluto, mas são ótimas atuações, principalmente nas cenas de cantorias, que com certeza irá dar uma indicação ao oscar aos dois, merecidamente, indicação que também irá ganhar Sam Elliot, o irmão de Jack, todas as suas participações são precisas, viscerais e arrebatadoras, o ator pouco participa da drama, mas quanto aparece, rouba completamente a cena. Copper adota um estilo de filmagem que quase mescla Lars Von Trier e Yorgos Lanthimos, ele dá muita liberdade a improvisação dos atores – Isso faz até um paralelo com o sentido do filme, que é a busca pela naturalidade da arte- essa liberdade é muito boa em algumas cenas, porem gera um problema, em algumas cenas alguns atores não tem a reação adequada a improvisação de seu companheiro de tela, isso deixa a cena estranha, porem Cooper se redime ao usar ângulos fechados e câmeras de mãos de forma perfeitas em muitas cenas, principalmente nas musicais, o diretor deixa de usar plano sequencias em cenas que clamam por essa técnica, porem acaba usando o plano sequencias em outras cenas mais simples, Cooper pauta mal o primeiro ato do filme, pois é extremamente encurtado, o que causa uma falta de introdução ao universo dos dois protagonistas. No mais, tecnicamente, outro destaque do filme é a edição e mixagem de som, são altas, precisas, de alta qualidade, se você ver em um cinema de qualidade vai perceber que toda cantoria e solos de guitarras, não desafina nem por um segundo, o que consequentemente me faz falar da trilha sonora, que é original e é perfeita, linda, natural, ela realmente reflete a pureza e essência do longa e com certeza será a grande favorita a categoria de melhor canção original do oscar. Por fim, o primeiro filme de Cooper não é perfeito, mas é um soco, ele é forte, preciso, com uma mensagem poderosa, dramático, romântico, engraçado, um filme que se destaca em tudo e que merece ser visto e revisto.