Vidas inertes
por Lucas SalgadoApós realizar os ótimos Juno e Amor Sem Escalas, Jason Reitman deu uma escorregada em Jovens Adultos e agora buscava retomar a trajetória de sucesso com o drama Refém da Paixão. Mas não foi dessa vez. O longa é bom, mas nada além disso.
A história gira em torno de Adele, uma mãe solitária e deprimida (Kate Winslet) que vive apenas na companhia do jovem filho Henry (Gattlin Griffith). Em uma de suas raras saídas na rua, ela acaba encontrando Frank (Josh Brolin), um fugitivo da polícia que a obriga a abrigá-lo em sua casa.
Aos poucos, Frank se revela uma pessoa disposta a criar uma boa relação com Adele e Henry e, aos poucos, o que era um sequestro vai se transformando em um relacionamento.
Refém da Paixão (tradução pra lá de clichê para o título original Labor Day) conta bem sua história, mas sem nunca instigar o espectador ou oferecer espaço para reflexões ou mesmo para o entretenimento. No final das contas, é uma trama bonitinha, mas só.
Adele é a personagem mais complexa do longa, favorecida por uma bela e assustada interpretação de Winslet, uma atriz fabulosa. Brolin cumpre bem sua função ao apresentar um Frank de passado misterioso, mas muito carismático. Infelizmente, o filme perde muito tempo investindo em flash-backs de seu passado, que poderiam muito bem ser resumidos em duas linhas de diálogos.
Narrado por Tobey Maguire, que também faz uma breve participação como ator, o filme conta com um excelente elenco, com as presenças de J.K. Simmons, Clark Gregg, Brooke Smith e do sumido James Van Der Beek (sim, o Dawson).
O longa oferece uma história bonita, mas nunca instigante. Parece um carro à 60 km/h numa via expressa. Cumpre seu objetivo de chegar ao local desejado, mas o faz de forma monótona e sem grandes emoções.