Apesar de ser um filme dos anos 90, a temática representada é considerada bastante atual, em pleno 2015, após evidências de espionagem internacional denunciadas pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional americana, Edward Snowden, que trouxe a público o maior programa de monitoramento em massa de comunicações de que se tem conhecimento no mundo, o qual o governo americano havia desenvolvido, colocando, assim, até mesmo o governo Brasileiro entre os seus espionados. O filme nos mostra até que ponto a Administração Pública está disposta a alcançar em nome da “Segurança Nacional”, nem que, para tal, seja preciso legitimar, através de leis que somente trazem benefícios à própria Administração, a violação de direitos dos cidadãos, tais como à vida íntima e à privacidade. Fazendo comparativo com os fatos que vivenciamos recentemente, observamos que a Administração, munida da presunção de legalidade de seus atos, pode agir em benefício daqueles que a gerem com a justificativa de proteção ao interesse público, para manipular e esconder as possíveis falcatruas que os incriminem, não medindo esforços e transformando a vida de cidadãos de bem num verdadeiro inferno, como bem interpreta o protagonista Will Smith na pele de Robert Clayton.