Limitado blockbuster dos anos 90 estrelado pelo sempre competente Mel Gibson. Ransom é uma colcha de retalhos, tinha assistido pela primeira vez anos atrás, e me lembro de ter achado apenas um filme de ação pipoca correto, com umas pitadas de suspense criminal, drama, etc... Mas revendo nos dias de hoje é inevitável não ter vários sentimentos conflitantes, com surpresas e decepções. Entre as surpresas (nem tanto assim) está o bom duelo de atuação entre Gibson e Sinise, os dois tiram leite de pedra de um roteiro apelativo, clichê, e incoerente. Em papéis antagônicos, os experientes atores entregam as melhores cenas do longa, com o jogo psicológico no segundo ato, principalmente. O resto do elenco é pouco inspirado, para dizer o mínimo, Rene Russo está histriônica e sem carisma no papel da esposa de Gibson, ela só tem alguns momentos bons mais para o final, dos capangas de "Morlock", o que se sobressai é Donnie Wahlberg, que até consegue conferir alguma ambiguidade ao seu personagem. Ron Howard é um diretor competente, para todos os efeitos, ele é aquele cineasta de estúdio mesmo, não tem nenhuma marca autoral, assinatura visual, etc... Só está ali para cumprir com seu contrato, fazer tudo o que os produtores querem, e ir pra casa com seu cheque. Ele é o diretor ideal para esses filmes comerciais, feitos para entreter o público médio, pouco exigente, então, apenas de conseguir encenar o roteiro e colocar os atores no frame, já está no lucro. As cenas de ação são bem feitas tecnicamente, nada além da obrigação para um filme de orçamento multimilionário. Enfim, se você está procurando um filme de ação, suspense, e drama no qual você não precise pensar muito na história nem desvendar alegorias, Ransom é uma boa pedida. Mel Gibson sempre faz valer o tempo.