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Marcelo Lopez
53 seguidores
56 críticas
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4,5
Enviada em 22 de janeiro de 2014
Sabemos que a adaptação de um livro para os cinemas é uma tarefa complexa e nunca será a tradução exata do contexto e a representação fiel dos personagens apresentados no livro. Isso é óbvio porque somente através da leitura fazemos a ligação e construção mais intima da obra acerca da proposta narrativa impressa pelo autor. Quando temos a visão de um diretor e somente temos acesso ao filme, essa construção será feita pela ótica de uma terceira pessoa, pois perde-se o contato direto com o criador do mundo literário. Se essa adaptação para os cinemas já é difícil, imagina adaptar a obra de Clarice Lispector, cuja escrita é muito intimista e e abre um universo de interpretações nas entrelinhas de suas histórias. A diretora Suzana Amaral merece aplausos pois transportou ao filme o debate entre a existência humana e os laços sociais. Mostra uma sociedade que oprime os mais fracos em uma situação agravada por um tipo de organização que segrega os indivíduos entre si. É uma das raras situações em que a heróina cativa por sua feiura, fragilidade e inexistência. Marcelia Cartaxo interpretou brilhantemente Macabéa. Por todos esses motivos "A Hora da Estrela" deve ser considerado uma obra prima do cinema nacional.
“Sou datilógrafa, virgem e gosto de Coca-Cola”. Essa é a maneira como Macabéa (Marcélia Cartaxo, numa das performances mais emblemáticas do cinema brasileiro) se auto-descreve. A personagem é considerada uma das mais clássicas da literatura brasileira e é uma criação de uma das mais celebradas autoras do nosso país, Clarice Lispector.
Na adaptação “A Hora da Estrela”, dirigida e co-escrita por Suzana Amaral, as características pessoais de Macabéa são potencializadas. Aos 19 anos, migrante nordestina, semi-analfabeta, curiosa, sonhadora, ingênua, infeliz e desprovida de qualquer maldade, Macabéa é engolida pela realidade de uma cidade grande e, principalmente, por relacionamentos (com o namorado Olímpio, com colegas de trabalho, com as companheiras de quarto) em que ela não consegue reconhecer as humilhações e os abusos.
Lançado originalmente em 1985, “A Hora da Estrela” ganhou uma cópia digitalizada e com áudio remasterizado, idealizada especialmente para a Sessão Vitrine Petrobras. O filme estreia em 16 de maio e é uma ótima oportunidade para o público conferir aquele que é considerado um dos melhores longas do cinema brasileiro em todos os tempos, vencedor do Urso de Ouro de Melhor Atriz, no Festival de Cinema de Berlim, em 1985.
acompanhei a história de Macabéia desde o livro de Clarice Lispector, curti o filme, não entendo porque ele é quase impossível de ser encontrado na cidade, pelo menos em Fortaleza, tive de recorrer a TVC, canal educativo, pra conseguir vê-lo em VHS. E acho que as obras de Clarice são dignas de mais filmes.
Adoro este filme. Assisto quantas vezes passar na TV. Na minha opinião é um dos melhores filmes nacionais que já assisti, e são poucos. Uma coisa é um filme mostrar a violência que já se vê nos meios de comunicação todos os dias, outra coisa é passar a autenticidade de uma pessoa e sua ingenuidade, misturadas à fantasia e ao desejo de amar. Parabéns a Marcelia Cartaxo e José Dumont, estes são insubstituíveis!
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