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    Psicose
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    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.524 seguidores 463 críticas Seguir usuário

    1,0
    Enviada em 1 de julho de 2023
    Psicose (Psycho) 1998

    "Psicose" é produzido e dirigido por Gus Van Sant, roteirizado por Joseph Stefano (do clássico) e estrelado por Vince Vaughn, Julianne Moore, Viggo Mortensen, William H. Macy e Anne Heche. É um remake moderno de "Psicose" de Alfred Hitchcock de 1960, e ambos os filmes são adaptados da obra-prima literária de 1959 de Robert Bloch.

    Ao longo da minha saga dentro do universo de "Psicose" eu sempre afirmei que a obra-prima do mestre Hitchcock sempre foi completamente irretocável e autossuficiente, sem a menor necessidade de continuações e muito menos remakes.

    Já inicio com algumas perguntas extremamente importantes dentro da indústria cinematográfica:
    Porque existe remake? Quem inventou os remakes? Quem teve a brilhante ideia de achar que obras irretocáveis do passado necessitavam de remakes? Qual a necessidade de reviver uma obra imortalizada e eternizada em um remake?

    Fato é que os remakes sempre existiram, existem e continuarão existindo. Sempre alguém terá a magnífica ideia de pegar uma obra-prima do passado e reviver em um remake moderno. Sempre terá algum estúdio, alguma produtora, alguém que financie tais acontecimentos que na sua grande maioria são completamente desnecessários e dispensáveis.

    Temos aqui um remake que se enquadra perfeitamente no caso de um remake completamente desnecessário e inteiramente dispensável. O remake de "Psicose" é simplesmente inexplicável, injustificável e inaceitável.

    "Psicose" é praticamente um Ctrl+C e Ctrl+V do original, onde a principal diferença está exatamente na questão de ter sido filmado em cores (pois o clássico foi filmado em preto e branco). A outra questão é o fato da modernização da obra para o final dos anos 90, porém não deixa de ser uma recontagem cena a cena muitas vezes copiando os movimentos e a edição da câmera do próprio Hitchcock. Isso também inclui o roteiro original, além dos diálogos e da trilha sonora, cuja partitura musical de Bernard Herrmann (compositor do clássico) também é reutilizada, embora com um novo arranjo de Danny Elfman (compositor da trilha sonora da trilogia "Homem-Aranha", do Nolan) e Steve Bartek (ex-integrante da banda de rock "Oingo Boingo").

    O diretor Gus Van Sant ("Gênio Indomável" de 1997, um de seus melhores filmes) sempre foi um grande admirador do clássico de 1960, e após o sucesso financeiro exatamente de "Gênio Indomável", a Universal Pictures concordou em optar por sua proposta de remake de "Psicose". Porém a proposta de Gus Van Sant em refazer o filme cena a cena gerou uma certa estranheza por parte do estúdio, que chegou a considerar uma ideia muito arriscada por parte do diretor. A própria ideia de refazer o clássico já era uma ideia muito arriscada e perigosa, pois vamos combinar que mexer em uma obra-prima clássica já é arriscado, ainda mais se tratando de um obra-prima de ninguém mais ninguém menos que o eterno mestre do suspense - o gênio Alfred Hitchcock. E o mais bizarro disso tudo foi o fato de Gus Van Sant ter sido perguntado o porque de refazer o clássico e o mesmo responder: "É um esquema de marketing. Porque sempre têm uma coisinha que esqueceram que poderiam colocar no mercado e ganhar dinheiro com isso."

    A ideia em criar um remake de "Psicose" totalmente plano a plano foi inteiramente de Gus Van Sant. Pois ele próprio admitiu ter comprado uma versão original do filme em DVD e passou a dirigir seu filme tendo o original como base. Até os prováveis erros encontrados na versão clássica ele queria copiar em seu filme, sempre na intenção de fazer com que o seu "Psicose" fosse o mais parecido possível com o original. Sem dúvida a vontade de Gus Van Sant era ressuscitar o Hitchcock para que assim ele pudesse trabalhar ao lado do mestre nesse seu remake.

    Além da projeção de um remake moderno de "Psicose" e as filmagens terem sido realizadas em cores, o longa apresenta pequenas diferenças em termos visuais, pequenos detalhes da trama, bem como as representações dos personagens pelos atores. Além da ideia de Gus Van Sant em atualizar alguns elementos de roteiro e ajustar as referências ao dinheiro que seriam anacrônicas em um cenário moderno. Ou seja, a quantia que Marion Crane (Janet Leigh) roubou no filme original foi de $ 40.000 dólares, já no remake a mesma Marion Crane (Anne Heche) roubou a quantia de $ 400.000 dólares. Outras mudanças perceptíveis estão justamente no Motel Bates, que ganhou uma modernizada em sua aparência, além da modernizada na icônica placa de entrada e a adição de um letreiro enorme com o nome do Motel sobre os quartos.

    Se este remake de "Psicose" é praticamente 100% fiel à obra original, foi projetado e filmado nos moldes e plano a plano do clássico e ainda a cores. Então porque é um filme ruim?
    Simplesmente por ser um remake sem brilho, sem alma, sem corpo, sem estruturas, sem conexão com o espectador, sem nenhuma relevância para o universo "Psicose", sem agregar ou somar nada para a franquia. É um remake completamente infundado, desprovido de brio, de inteligência, mal feito, mal projetado, sem identificação com nada, sem harmonia com nada. Um remake que nunca foi pedido por ninguém, completamente desnecessário, dispensável, inútil, pífio, sem graça, inexplicável, injustificável e inaceitável. Sem falar na escolha do elenco e suas interpretações, onde pra mim está o maior problema desse remake de "Psicose".

    É incrível como o elenco desse remake é completamente inexplicável. E olha que não estamos falando de atores ruins, mas definitivamente nada deu certo em questões de elenco e seus personagens.
    Vou começar pela única de todo o elenco que eu ainda consegui gostar, que é justamente a Anne Heche (infelizmente falecida em agosto do ano passado). Anne conseguiu se encaixar até que bem na personagem, e olha que esta é uma tarefa dificílima, pois estamos falando de uma personagem que ficou imortalizada pela eterna e saudosa Janet Leigh. Porém confesso que a versão de Marion Crane da Anne Heche ficou boa, se destacando como a única personagem aceitável de todo o elenco. E olha que a Marion Crane foi inicialmente programada para ser interpretada por Nicole Kidman, mas ela foi forçada a deixar o papel devido a problemas de agendamento. Drew Barrymore também foi considerada para o papel antes de Anne Heche ser escalada.

    Se eu falei da melhor personagem desse remake, agora eu preciso destacar o pior:
    Vince Vaughn ("Até o Último Homem", de 2016) foi uma péssima escolha para reviver o papel de um dos maiores maníacos e psicopatas da história do cinema. Quem em sã consciência achou que o ator se encaixaria bem no lendário e eterno Norman Bates? E pior, quem aceitou esta escolha? E o problema aqui é tudo, desde o próprio Vince Vaughn, que é um ator apenas ok, passando pela sua interpretação de Norman Bates punheiteiro que é horrível, e aquela sua atuação decadente de um Norman Bates com 1 metro e 96 centímetros. Vince Vaughn já tem a cara de psicopata, só de olhar para ele em sua primeira aparição em cena você já identifica exatamente isso, principalmente quando ele exibe seu primeiro sorriso amarelo para a Marion. Mas nem isso o ajudou, o que o deixa como uma ofensa para a memória do lendário Norman Bates do saudoso Anthony Perkins.

    Julianne Moore ("May December", desse ano) é uma excelente atriz, que ao longo de sua carreira já nos brindou com ótimas personagens, como a eterna e inesquecível Marlene Craven no clássico incompreendido "A Mão Que Balança o Berço", de 1991. Aqui nesse remake a própria Julianne Moore disse que optou intencionalmente em retratar a personagem Lila Crane como uma personalidade mais agressiva em contraste com a icônica interpretação de Vera Miles, no original. Devo afirmar que esta decisão da Julianne foi uma péssima escolha, pois sua versão de Lila Crane é horrorosa, completamente destoada, desorganizada, sendo excessivamente forçada. Se tem uma palavra que define perfeitamente a atuação da Julianne, esta palavra é forçada, pois ela força o tempo todo para sua personagem ser mais agressiva, ser mais rebelde, parecer ser muito corajosa, que no fim ficou uma atuação banal e muito ruim.

    O grande ator William H. Macy (completamente impecável em "Fargo", de 1996) caiu de paraquedas no meio dessa bagunça. O próprio ator disse optou por permanecer fiel ao retrato de seu personagem no filme de 1960. Porém ele não ficou assim tão fiel, pois o icônico Detetive Arbogast do Martin Balsam era muito mais agressivo, mais desafiador, mais debochado em suas investigações, principalmente quando estava desafiando o Norman Bates. Já a versão de Arbogast do William H. Macy é mais branda, mais suave, ele próprio transparece uma personalidade mais amena, mais serena, que parece não estar muito preocupado com o caso.

    Já o galã da época, Viggo Mortensen ("Green Book", de 2018), é uma versão de Sam Loomis completamente perdida no filme. E quando ele está contracenando com a Julianne Moore fica pior ainda. Outra péssima escolha de elenco desse remake.

    Um ponto positivo desse remake está justamente por ser uma versão modernizada a cores, que obviamente as cenas com sangue vai demonstrar uma violência gráfica muito maior que o original. No clássico a película em preto e branco foi feita por opção do próprio Hitchcock, que considerava que a cores o filme ficaria ensanguentado demais, ou seja uma preocupação com a recepção do público da época. Exatamente por este motivo que a obra de 1960 apresenta pouco derramamento de sangue visual em suas sequências de assassinato. Já o remake apresenta uma violência mais explícita, particularmente durante a sequência da icônica cena no chuveiro; onde o sangue é mostrado escorrendo pelos ladrilhos da parede, bem como visíveis facadas nas costas de Marion Crane quando ela desmaia na banheira, além de ainda mostrar as nádegas da personagem quando ela morre, aspecto cortado do filme original.

    Outro ponto positivo é exatamente a presença da clássica trilha sonora estridente, incomoda e penetrante de Bernard Herrmann. Principalmente na lendária cena do chuveiro, onde fez total diferença com a violência mais explícita devido a presença do sangue a cores. Sem falar que aquela música instrumental clássica do original era tocada em praticamente 100% das cenas (principalmente no início).

    "Psicose" foi lançado nos Estados Unidos em 2.477 cinemas, ficando em segundo lugar nas bilheterias domésticas com uma receita bruta de fim de semana de $ 10.031.850. O remake passou a ganhar um total de $ 37.141.130 na bilheteria mundial e $ 21.456.130 no mercado interno. O orçamento de produção do filme foi estimado em US$ 60 milhões.

    O longa-metragem foi premiado com dois prêmios do Framboesa de Ouro de 1999, sendo para Pior Remake e Pior Diretor para Gus Van Sant, enquanto Anne Heche foi indicada para Pior Atriz, onde perdeu o troféu para as "Spice Girls" pelo "Spice World". Por outro lado, no 25º Saturn Awards, o filme foi indicado ao Saturn Awards de Melhor Atriz Coadjuvante por Anne Heche e Melhor Roteiro por Joseph Stefano.

    No Rotten Tomatoes, "Psicose" detém um índice de aprovação de 40% com base em 78 avaliações, com uma classificação média de 5,30/10. O consenso dos críticos do site diz: "O remake é totalmente sem sentido pois não melhora e nem ilumina o original de Hitchcock". No Metacritic, o filme tem uma pontuação média ponderada de 47 em 100, com base em 23 críticos, indicando críticas mistas ou médias.

    Este remake de "Psicose" é tão sem sentindo que o próprio Gus Van Sant admitiu mais tarde que fazer o remake da forma que ele fez foi um experimento que provou que ninguém pode realmente copiar um filme exatamente da mesma maneira que o original. Antes tarde do que nunca né Gus Van Sant, pelo menos admitiu que fez mer$#@.

    Por fim, temos aqui mais um clássico caso do remake infundado, desnecessário, dispensável, inexplicável, injustificável e inaceitável. Isso só prova que uma obra irretocável e autossuficiente como o clássico do mestre Hitchcock jamais deveria ter sido cogitado a ideia de fazer um remake.

    Como minha mãe sempre diz: "não mexe com quem tá quieto!!!"

    Termino afirmando que eu como fã do eterno clássico do mestre Hitchcock e da obra-prima literária de Robert Bloch, me recuso a aceitar que este filme carregue em seu título o nome de "Psicose".
    Sem mais!
    [28/06/2023]
    Leonardo A
    Leonardo A

    7 seguidores 180 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 12 de fevereiro de 2023
    O filme já foi tão explorado, tão copiado que parece que já assistimos, mas ele não perde o suspense, não nos deixa de prender a atenção e é uma ótima trama. Janet Leigh, como sempre, linda.
    Cirlene Paulina
    Cirlene Paulina

    1 crítica Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 2 de agosto de 2020
    Pesado filmaço recomendo historia pesada ele locao fingindo ser a mae bem loco kkkkkkkkkkkkkkkkkkllllkk
    Kamila A.
    Kamila A.

    7.581 seguidores 807 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 16 de junho de 2020
    Considerado um dos maiores clássicos do cinema em todos os tempos, Psicose, filme dirigido por Alfred Hitchcock, também foi um marco na carreira do Mestre do Suspense por um motivo bem diferente: foi uma das primeiras obras de sua carreira a se tornar um grande sucesso de bilheteria, sendo indicado a 4 Oscars, em 1961.

    O filme tem como base o livro escrito por Robert Bloch e o curioso é que, na maneira como é estruturada, a sua narrativa nos coloca diante daquilo que parecem ser dois filmes: um que acontece até os 50 minutos de filme, e outro que continua a história deste momento até o seu final.

    Apesar da narrativa estar centrada na figura de Marion Crane (Janet Leigh, que, neste filme, protagoniza uma das cenas mais clássicas da história do cinema), a verdade é que Psicose nos fala a respeito de Norman Bates (Anthony Perkins), o solitário dono do Motel Bates, que se torna uma personagem central na história a partir do instante em que Marion desaparece, após fugir depois de praticar um roubo contra seu chefe.

    Em Psicose, podemos encontrar todas as marcas que fizeram de Alfred Hitchcock o gênio do suspense. Temos toda uma construção de uma atmosfera de tensão usando como trunfos a trilha sonora clássica de Bernard Herrmann, o posicionamento de câmeras e o trabalho de edição de George Tomasini. Além disso, atente-se para a forma sutil como, na década de 60, Hitchcock abordou temas como a violência, a sexualidade e comportamentos psicóticos.
    Rodrigo R.
    Rodrigo R.

    27 seguidores 73 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 31 de janeiro de 2017
    Sem dúvida acho uma das melhores refilmagens já feitas até hoje. Conseguiram pegar um clássico de Alfred Hitchcock, estreado em 1961 e melhorar ainda mais. Com destaque para o ator principal Vince Vaughn que interpreta o psicopata Norman Bates. Vale muito a pena conferir !
    Arthur
    Arthur

    7 seguidores 62 críticas Seguir usuário

    1,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    O filme tinha alguma coisa para ser um bom filme digamos assim, porem, estragaram tudo, desde direção agil demais, a o atual Norman (Vince Vaughn) e até mesmo Juliane Moore, dela eu não esperava isso, uma atuação péssima e fria (Vera Miles, deu um banho nela) Juliane parece mais um sargento do exército ou uma boneca programada para falar os dialogos. A cena do chuveiro é totalmente ridícula e perdeu o brilho estando em cores. As continuações II, III e IV dão um banho de longe nesse aqui, em minha opinião o que fizeram aqui foi pensando em arrecadar dinheiro e não fazewr arte de qualidade, esqueçam e se forem ver, vejam por apenas me ra curiosidade.
    betolani
    betolani

    6 seguidores 60 críticas Seguir usuário

    1,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    A ideia de fazer um filme identico e interessante, o que estraga o filme e o Vince Vaughn como Norman Bates. A cena da banheira perdeu o encanto colorida, nao e pessimo o remake, mas tambem nao e bom, quem nunca viu o original pode gostar, mas beba na fonte.
    Fernando
    Fernando

    24 seguidores 86 críticas Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Pra que fazer um filme identico al primeiro??? Que alguém me explique por favor!!! O filme tem os mesmos planos, a mesma musica, os mesmos diálogos, a mesma roupa, os mesmos cortes de cabelo!!! Pra que?
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