“Os Croods” foram uma animação que não chegou a abalar estruturas aqui no Brasil, digo isso baseado na bilheteria que o longa reuniu enquanto estava em cartaz. Foram pouco mais de 2 milhões de espectadores em todo território nacional, ou seja, um público muito menor que “A Era do Gelo 4″ por exemplo, que chegou aos 8 milhões. Tudo bem, você vai falar que ”A Era do Gelo 4″ é um filme com histórico, e que tem personagens já reconhecidos, porém ”Os Croods” poderiam ter embalado melhor no Brasil, justamente pelo sucesso de “A Era do Gelo”, porém, para mim, ficou a sensação de um marketing fraco e menos salas disponíveis para o filme.
Mesmo com um público baixo, a animação da DreamWorks Animation é simples e consegue divertir a família inteira! Ela se baseou em uma formula já conhecida do público, porém com uma roupagem diferente. Assim como em outras animações, temos os heróis, que vivem dentro de uma rotina e acabam tendo de mudar tudo após um vilão, que no caso é a própria Terra, chegar e modificar tudo. Sendo assim temos uma quebra de rotina que gera uma história extraordinária.
Vamos nos aprofundar um pouco na história. “Os Croods” são uma família pré-histórica, escondidos na maior parte do tempo dentro de uma caverna. A família é composta por: Grug, a esposa Ugga, a vovó, o garoto Thunk, a pequena e feroz Sandy e a jovem Eep. O problema é que Grug, o patriarca, é rígido com as regras que fizeram a família sobreviver durante tanto tempo no mundo, ele morre de medo do mundo exterior. Um dia o mundo começa a mudar literalmente, pois os continentes começam a se separar, agora em perigo, a família tem que aprender a viver fora da caverna e Grug ainda tem que lidar com a filha adolescente Eep que acaba conhecendo o também jovem Guy, que esta cheio de ideias e invenções!
Uma das coisas que achei mais inovadoras nesta animação, foi justamente uma releitura de um mundo pré-histórico que já estava meio batido por conta de “A Era do Gelo” e seus 4 filmes. Aqui, os diretores Kirk De Micco e Chris Sanders realmente souberam criar um mundo muito particular. Gostei muito das criaturas que habitam o planeta. São misturas de dinossauros com animais que já conhecemos, porém, mesmo os mais agressivos, tem um tempero de humor que os deixa muito divertidos. O cenário aqui também merece um destaque, com uma ambientação muito bem feita toda a trajetória que acompanhamos dos personagens, ganha um ar muito bonito, mesmo estando imersos em problemas tão grandes.
Os personagens são ótimos. Cada membro da família tem uma característica única. O filme em si, foca em Eep e Grup, pois são os dois com personalidades mais fortes e mais característicos. Eep é curiosa e esta querendo sempre o novo, Grup é o pai conservador e antigo, que quer que nada mude. Ainda tem a entrada de Guy, o jovem que vem com todo o ar “tecnologico”, ele é um personagem interessante por ser o responsável por levar as soluções a família.
A história como um todo é muito bem feita, e esta bem amarradinha. Como disse anteriormente é simples e serve sim para toda a família. Não estamos aqui falando de um filme com uma pegada mais filosofica, como “UP” por exemplo, mas estamos falando de um filme que deixa uma mensagem positiva, porém tem uma narrativa muito clichê. Ou seja, não vá assistir “Os Croods” esperando grandes arcos misteriosos, ele é bem batido e não proporciona surpresa alguma.
Acredito que o grande ponto forte desta animação é sim a Direção de Arte, que juntarei aqui com a Fotografia. O filme tem passagens belíssimas, como por exemplo, quando os “Pássaros Piranha” atacam Eep e Guy vai salva-la. É uma cena até clichê, mas muito bem bolada. O mundo de “Os Croods” é o que mais me encantou, tem um brilho muito mais especial que “A Era do Gelo” por exemplo.
Em termos de roteiro, já comentei que não há surpresas, mas gostaria de deixar um adendo para as piadas. São piadas muito bem colocadas e muito sutis. Como por exemplo quando Eep coloca os sapatos pela primeira vez, ou quando Grup quer provar que é inovador também. Umas tiradas sutis e muito bem feitas.
Enfim, “Os Croods” é uma animação que merece ser assistida, não só simplesmente por ser uma animação, por trazer uma leitura nova e muito bem acabado desse mundo pré-histórico.