Battleship, complexo militar e a Ufologia
Esse filme já de início parece uma homenagem a marinha norteamericana. Contudo a invasão extraterrestre dá um novo ânimo ao filme, que parece se centrar muito em um único navio e aeronaves, quando numa situação real dessa, se ocorresse, claro que seriam usadas novas armas, como vimos na guerra do Iraque. Falando nisso, destaque fica para o ex-combatente real que tem duas pernas mecânicas, e que se torna personagem no filme, bem como aos antigos, que são homenageados em momento de discurso. Também há momentos engraçados no começo do filme, como o “nada-a-ver” que tem irmão militar, e acaba servindo a marinha, após namorar filha de oficial, acabando depois por ser responsável do navio. Fora isso, o centro do filme são os efeitos especiais de qualidade, e a participação de Rihanna, que se mostrou grande atriz, pegando o jeito do comportamento militar, após ter aulas com uma marinheira real. E apesar de não ter muita informação de ufologia, o filme mesmo assim agrada
O filme tem efeitos especiais incríveis, e isso até mesmo leigos verão. Mas em especial o efeito sobre a água, que é difícil de fazer, teve um destaque especial. Fato é que as naves e tudo mais foram baseadas em insetos aquáticos, e que não têm muito a ver com aquelas que conhecemos por via de relatos ufológicos. Na ufologia as naves são ovais, triangulares ou em formato de charuto, e não se tem muito detalhe sobre as mesmas. Sobre o Et, ou os vários, parece que optaram pelo formato do reptiliano, que poderia mesmo ser o mais bélico, apesar de meio contraditória a história, uma vez que para a ufologia em geral os governos têm acordo com os Ets, inclusive fazendo reuniões aqui em bases militares com estes, em especial com as 4 raças que têm mais contato conosco. Então o filme pode ser ficção, mas existe gente vendo seriamente essas coisas. E o complexo militar tem outras armas melhores, que um mero navio e alguns jatos.
Destaque fica para a atuação de Rihanna, que dá bem o aspecto viril da vida militar. Ela demonstra muita fibra e reflete bem o aspecto de “arte da guerra”, enfrentando situações que exigem do físico. Saindo um pouco da roqueira, aqui ela tem de compreender o aspecto da disciplina, o que deve ter sido, mesmo que em mera atuação, uma experiência salutar a sua personalidade. Fato é que ela sempre demonstrou uma sensualidade em suas músicas, aqui mais atuando de forma dura, sem aqueles movimentos e dotes femininos. Achei que sua participação seria de coadjuvante, mãos ao longo do filme me surpreendi porque ele participou intensamente, tendo destaque junto a novos atores e enfrentando bem o modus vivendi militar. O militar gosta de rock, mas parece ter um modo de vida bem oposto ao caos que vemos na vida metaleira. Corta-se o cabelo, vive na disciplina, abaixo de ordens. Mostra bem o espírito da revolta que acaba na guerra. Uma guerra antes interna, uma vez que servir a nação é meio uma ilusão, como demonstrou filme “Gênio Indomável”, onde se faz umas críticas mais intelectuais ao complexo militar.
Quando o filme teve a bolha feita pelos extraterrestres no mar, achei que seria um repeteco de “Under the Dome”, mas por sorte não, ficando também fora da bolha a interação e batalha. As armas alienígenas também meio decepcionam, uma vez muito mecânica e limitadas, como pequenos mísseis, esferas destruidoras e coisas muito locais. Claro que se eles quisessem destruir, usariam armas mais evoluídas que pequenas bombas e parafernália metalizada. Nos relatos ufológicos se fala em armas a laser, coisas que talvez nem compreendamos, e até coisas como possibilidade de recriar corpos, manipular almas e por aí vai. A arma mais eficiente seria uma que altera o clima, provocando terremotos, tornados etc. E os Ets devem possuir tal dispositivos. Então pousar com naves sobre o mar, e fingir ser insetos, não seria um modo inteligente de combater um navio da marinha. Mas foi bem feito o trabalho. Mas o filme vale muito pela qualidade de som e imagem, e ainda mais em blue-ray. Vale que o filme pode ser somado ao game, e assim fornecer uma maior interação a quem o assiste, mas sempre com aquele ar meio de “game”, uma vez que nem sempre o filme parecia muito realista. Há momentos que levam a certa ficção demasiada, mas que ainda deixam restar a reflexão da possibilidade de uma organização racional maior que a humana. Nos faz pensar até onde somos mais presas que predadores.
Mariano Soltys, autor de Filmes e filosofia