“Precisamos falar sobre o Kevin” é sutil e ao mesmo tempo extremamente perverso, tratando de um tema muito tabu, ele se enrola, se acha, se confunde e se encanta, mas no final agrada. Temos aqui um roteiro que trabalha muito com a subjetividade , e ele até certo ponto sabe como lidar com isso, mas as vezes se enrola, é interessante o ponto de visão escolhido no roteiro, e muito interessante que o que era para ser o protagonista, seus dramas, angustias e pensamentos, não aparecem no filme, tal como kevin, que tem seu nome no titulo, e so aparece a primeira vez depois de 20 minutos de filme, isso parece ser algo negativo, mas tem suas qualidades. Contanto a historia de Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller), um jovem que deste pequeno tem um mente perversa, e sem explicação carrega um ódio por sua mãe, sendo capaz de chegar até as ultimas consequências apenas para a irritar e a causar mal. Com uma bela fotografia clara e com muitos tons de azul, ela traz a sobriedade do filme, com ângulos de câmeras ousados, ele traz todo aquele mistério e subjetividade que eu comentei antes, é comum closes em bocas ou narizes, tudo é feito para instigar o telespectador, não posso dizer que sempre funciona, mas é interessante. Tilda Swinton dá toda a pinta que não vai conseguir segurar a carga dramática do filme, mas no final ela acaba segurando e surpreendendo por isso, Ezra Miller está ótimo em todas as cenas que aparece, mesmo sendo poucas, ele rouba completamente a cena, e Jasper Newell está fabulo interpretando Kevin criança, que tresjeitos maravilhosos, e ele não tem um olhar de psicopata propriamente dito, ele tem raiva em seus olhos, por incrível que pareça, é bonito de se ver. Por fim, “Precisamos falar sobre o Kevin” é um filme que fará grande parte dos seus telespectadores abandonar a seção, isso não me surpreenderia, pois Lynne Ramsay as vezes exagera ao tentar criar camadas e camadas que não existem, se perde em tentar criar subjetividade em algo simples, e arrasta seus atos para um desfecho surpreendente, mas simples em termos de ilustração- aqui a subjetividade não era preciso- e a motivação de Kevin é muito fraca. Mas de qualquer jeito, é uma ótima película que sobe tratar e falar sobre um tema tão tabu, e surpreende em alguns momentos.