Aclamado por público e crítica, Deadpool, de Tim Miller, tem seus atrativos e, apesar de tudo, consegue inovar no ramo de super heróis.
O longa conta a icônica história de Wade Wilson (Ryan Reynolds), que é diagnosticado com câncer e acaba se oferecendo para o Projeto Arma X, no qual pode ter uma pequena chance de cura. Porém, o projeto dá errado e Wade descobre que não passa de rato de laboratório nas mãos do cientista Ajax (Ed Skrein). Quando Wade acaba tendo o corpo deformado numa das experiências de Ajax, é dado como morto mas acaba voltando em busca de vingança pelo homem que lhe transformou no que é. Sendo assim, Wade veste o manto do maníaco Deadpool e tem sua sede de vingança alimentada quando Ajax sequestra sua namorada, a ex-prostituta Vanessa Carlysle (Morena Baccarin). Em sua jornada nada heroica, Deadpool fará de tudo para recuperar sua namorada.
Como aspectos técnicos negativos, Deadpool tem um que se sai brutal: o roteiro. Contando uma história batida e nada inovadora, o roteiro em si não consegue ser empolgante e, como se não fosse suficiente, a única personagem feminina de maior importância aqui, Vanessa, serve apenas como o par romântico que acaba virando a donzela em perigo.
Porém, o roteiro já batido e nada interessante pode se justificar: primeiro, o projeto nem iria sair do papel, estava engavetado quando alguém da Fox "acidentalmente" soltou o vídeo de Ryan Reynolds e a internet foi a loucura: eles queriam um filme do Deadpool. Fox, então, trabalhou com um roteiro raso, mas dele conseguiu tirar, ao máximo, o espírito do mercenário tagarela: todo o roteiro clichê e previsível é compensando pela comédia que Deadpool na verdade é.
Dançando com os elementos hollywoodianos mais usados nas telonas, Deadpool se torna a melhor comédia do ano, se aproveitando do pano de fundo super herói. Tiradas boas, diálogos que não arranham os nossos ouvidos; Ryan Reynolds consegue, finalmente, se sentir cem por cento leve e solto num papel.
Outro aspecto positivo é a origem do anti-herói. A narrativa de origem de Deadpol aqui não é linear como na dos filmes de super herói comus: aparece em flashbacks e em momentos oportunos que enriquecem a comédia. Isso funciona perfeitamente apesar de também ser um clichê.
As atuações estão excelentes. Ryan Reynolds, melhor do que nunca, faz um excelente Wade Wilson e consegue enterrar a catástrofe que foi em Origens: Wolverine — mesmo seu desempenho tendo sido bom. Ele é, literalmente, o Deadpool. A excelente e brasileira Morena Baccarin, apesar de fazer um papel nada inovador, prova que tem talento e mérito por vir conquistando espaço nas telonas — e telinhas — americanas. Ed Skrein contribui para a sátira cômica que Deadpool é fazendo o vilão fazendo suas vilanices estereotipado ao máximo, e se sai muito bem.
O ponto alto de Deadpool realmente é trabalhar todos os clichês de Hollywoody, mesclá-los e formar a melhor comédia de todas. Não vá assistir pensando que vai ver o melhor filme de herói do ano, mas sim a melhor comédia do ano. Aí, com certeza, você não vai se arrepender.
Nota: 8,5/10