"Wolverine - Imortal" estreou sexta feira, dia 26/07, nos cinemas brasileiros. Dessa vez o povo escolheu um diretor não tão acostumado a filmes de super-heróis, o que funcionou muito bem.
O que James Mangold conseguiu fazer é uma história que não preza tanto por superlotar a tela de mutantes que ninguém conhece direito, mas uma saga de um personagem atormentado pelo passado.
Ao ser encontrado pela misteriosa Yukio, Logan, que estava exilado desde a morte de Jean Grey, parte para Tóquio, a fim de se encontrar com Yashida, que no passado foi salvo pelo mutante. Yashida propõe a Wolverine "transferir" seus poderes mutantes, para que ele pudesse, enfim, morrer naturalmente. A partir daí ocorre a cisão nos interesses da família, obrigando Logan a fugir com a neta de Yashida, Mariko, sendo perseguido por Shingen, pai da menina, Harada, líder do clã das sombras, a perversa Víbora e pela Yakuza.
O filme segue muito a premissa de filmes como "A Ilha" e "Vingador do Futuro". Alguns dos personagens não são lá tão carismáticos, mas pelo menos acertaram em alguns dos vilões e na ambientação. Um dos pontos que eu realmente gostei era que Logan não sabia falar japonês, o que o obriga a pedir que as pessoas falem a sua língua durante as conversas. Essa parada de que o mocinho poliglota é muito chato.
As cenas de ação envolveram um cuidado maior que os filmes do X-Men e Wolverine Origens, talvez pelo fato do mutante não dispor de seus poderes o tempo todo. Mesmo assim, dá para ver que o X-Man continua invocado e parte pra porrada sem pensar duas vezes. A sequência do trem é arrasadora e chega a ser melhor do que o final do filme em si.
O final do filme dá uma escorregada COLOSSAL mas não tira (muito) o brilho do filme. O Samurai de Prata ficou muito bem caracterizado, não fosse um detalhe que muitos viciados nas hq's vão odiar.
Vou adiantando que o filme em si não é algo que vai agradar os viciados na história em que o filme foi baseada ("Eu, Wolverine", escrita por Chris Claremont e Frank Miller), mas colocando as diferenças de lado, a história dos mutantes já se afastou há muito tempo dos hq's, criando uma identidade própria até interessante, deixando a desejar pelos furos não aproveitados pelos roteiristas em alguns momentos. Exemplo da disparidade de universos é que, por causa do primeiro filme, todo o universo dos quadrinhos foi "rebootado", com os mutantes abandonado até seus uniformes antigos para aderir à era do couro. Acho que, com empenho, os dois universos podem coexistir sem danificar suas respectivas linhas do tempo.
Enfim, "Wolverine, Imortal" é um filme que diverte muito, com uma fotografia muito bonita e um desenvolver interessante. Indicado para fãs dos Quadrinhos e também para quem gosta de um filme de ação. Vale a pena conferir.