Se pudéssemos comparar esse filme com um quadro, muito provavelmente se pareceria muito mais com uma paisagem impressionista em tons delicados do que com uma obra futurista cheia de cores fortes. Digo isso para avisar o espectador sobre o tipo de abordagem necessária para apreciar "La fille du puisatier", filme francês de 2011. Provença, fim dos anos 30: Pascal Amoretti (Daniel Auteuil) é um poceiro viúvo que sozinho cria suas cinco filhas. Quando Patricia, a mais velha, completa 18 anos, ele não esconde que seria feliz se o amigo Felipe a pedisse em casamento. Assim, ele deixa que a filha e o amigo saiam juntos para assistir a uma exibição acrobática de aviadores na cidade vizinha. Porém, na hora de voltar para casa, acontece um imprevisto e Patricia é obrigada a pegar carona de moto com o jovem Jacques Mazel, filho do principal lojista da cidade. Entre os dois nasce um romance que deixa uma marca profunda: Patricia fica grávida. O dia seguinte Jacques parte para a guerra, sem saber de nada. Quando o pai da moça descobre o que aconteceu, manda a filha morar com a irmã em outra cidade e fica defendendo a honra da família. "La fille du puisatier" é um remake de um filme francês dos anos '40. Não é um drama ou uma tragédia mas é comovente pelos sentimentos que transmite e por conseguir envolver completamente na história. A maravilhosa interpretação de Daniel Auteuil (um dos grandes atores do cinema francês) e dos outros envolvidos (Kad Merad, outro grande, no papel do amigo Felipe) e a belíssima Astrid Bergès-Frisbey que no mesmo ano alcançaria fama mundial graças à participação em "Piratas do Caribe" fazem a diferença. É uma história de outros tempos, contada com uma delicadeza ímpar, sussurrada ao ouvido, nunca gritada. Um lindo filme.
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