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    Operação Presente
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Operação Presente

    O NATAL CHEGOU

    por Roberto Cunha

    Natal está chegando e com ele as indefectíveis propagandas na televisão com criatividade zero e aporrinhação dez. Nos cinemas, a tradição não é diferente, mas as "ofertas" não são muitas e, vez por outra, tem coisa boa pintando nas árvores, ou melhor, salas. Neste ano, Operação Presente vem bem embrulhado (e bem dublado) para agradar os baixinhos e altinhos, com personagens divertidos, alguns fofinhos e um texto ora infantil, ora mais adulto.

    Tendo como pano de fundo a explicação de um grande mistério do Natal para as crianças, que é a entrega dos presentes pelo bom velhinho, a história galopa com as renas numa grande viagem envolvendo Papai, Mamãe e Vovô Noel, além de Steve (Marco Ribeiro) futuro Papai Noel e seu irmão Artur (Gustavo Pereira), o trapalhão caçula, que sonha um dia também ocupar o trono, quer dizer, trenó. E tudo começa com uma carta de uma menininha querendo uma bicicleta. Apesar desse desejo manter uma certa - e justa - tradição em um mundo dominado pelos "eletrônicos, elétricos e motorizados" brinquedos, a modernidade está - pasme - na terra de Noel. Lá, tudo é controlado pela mais alta tecnologia, que o permite entregar pontualmente os dois bilhões (!) de presentes em apenas uma noite com auxílio de uma nave espacial e um séquito de duendes, rápidos como ninjas na arte de empacotar sonhos.

    Com boa trilha sonora, o ritmo é frenético e rola até um certo clima de suspense e ação, flertando com vários filmes do gênero, como Missão Impossível. Isso porque um presente foi esquecido e para manter o verdadeiro espírito natalino em todos os corações, advinhe, Arthur decide que precisa entregá-lo. Seguindo um padrão atual, a produção da Aardman (Wallace & Gromit e A Fuga das Galinhas) é de qualidade técnica indubitável. Embora continuem vendendo filmes assim como infantil, o foco na família é evidente para aumentar o faturamento. E não estão errados, desde que se observe sempre a linha nada tênue que separa este dois mundos.

    Estreia de Sarah Smith como diretora e roteirista na tela grande, o roteiro deu uma patinada na neve e uma possível explicação pode estar na colaboração de Peter Baynham, também autor de títulos ácidos como Borat e Bruno, incompatíveis com a criançada. Por essa razão, nota-se um certo exagero, ou falta de tato, dos personagens adultos: "Quem se importa com uma criancinha?". Por mais que o objetivo seja fazer "escada" para a jovem Arthur brilhar, o total desencanto deles incomoda. São figuras tão emblemáticas e mesmo aposentadas ou prestes a pendurar as botas, deveriam ser um pouco mais próximas dos "aconchegantes" colos espalhados mundo afora para uma simples e memorável foto. Xis! O Natal chegou.

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