Em comparação ao livro, o filme não é nem melhor nem pior: é bom. Claro, tem uns altos que o livro não tem e uns baixos em relação ao seu originador, mas, como um todo, os dois se igualariam na balança. Uma coisa que eu gostaria de elogiar é a formação do romance. Claro, continua não passando de um romancezinho de verão que meio que impede o espectador de acreditar em um futuro verdadeiro para aqueles dois, mas, pelo menos, não fica forçado. Talvez a presença de uma trilha sonora tenha ajudado nisso.
Digamos que Miley Cyrus não é lá uma grande atriz (pelo menos naquele momento), ainda que não seja ruim. Sua atuação é competente e ela apresenta um compromisso com o que está fazendo, mas é apenas isso. Não há nenhum momento em que olhemos para seu rostinho bonito e vejamos algo a mais, algo que nos faça dizer: "uau, isso compensa o filme que estou vendo". Liam Hemsworth também é bem competente, mas seu papel não lhe dá muita abertura... De modo que o filme é do jovem Jonah, interpretado pelo ótimo ator mirim Bobby Coleman. Fiquei muito admirado com o trabalho desse moleque, ainda mais por conseguir até me fazer gostar de um personagem que, com o livro, eu apenas tinha antipatia.
Uma coisa que me fez falta foi um pouquinho mais de aprofundamento nas histórias dos personagens secundários, ou, talvez, apenas um pouco mais de destaque. Blaze, por exemplo, a amiguinha chata e burra de Ronnie. Se você já leu o livro e viu o filme sabe DAQUELA cena dela, lá pro meio/final. É uma cena que emociona (não quero dizer que seja bonita) e, com o cinema que temos hoje, não seria algo difícil de ser produzido. Mas foi cortado, fim da história. Claro, eles devem ter tido suas razões, mas... Faz falta.
Marcus também é um personagem desprezado, secamente desprezado. sabe aquele vilãozinho (meio sem graça, confesso) insano, maldoso, claramente perturbado? Esqueça. Troque-o por um cara desmotivado por completo e que parece um seguidor fracassado do coringa, que só quer ver o circo pegar fogo. Isso persiste até ele sumir.
O maior ponto positivo, no fim das contas, é o desfecho. É apressado também, mas deita-se de maneira mais plausível e adulta, agregando mais música à emoção que tenta nos proporcionar. Afinal, o livro é A Última Música... E, por falar em música... É possível não ter o coração meio trincado com When I Look At You?