O mestre do horror literário Stephen Edwin King já possui em seu acervo obras adaptadas em larga escala para o cinema, algumas puramente comerciais outras questionáveis por se basearem em livros descartáveis. No entanto, um dos mais memoráveis livros do escritor americano chama-se IT, simples assim, mas em contrapartida possui uma história perturbadora e digna de nota, tanto que sua nova adaptação para os cinemas trouxe uma produção fantástica em diversos aspectos, a começar pelo enredo.
A história de IT - A COISA se desenvolve na pequena cidade de Derry, no estado de Maine, local conhecido historicamente pelo sumiço de grande quantidade de pessoas, especialmente crianças. Não por coincidência, cabe a um grupo de 6 garotos e uma garota a responsabilidade de investigar a fundo o problema que tem levado ao desaparecimento dos moradores da cidade. A empreitada nos leva a acompanhá-los em descobertas que incluem o apetite soberbo do vilão Pennywise (Bill Skarsgård) pelo medo, elemento este que possui muitos fundamentos psicológicos para amarrar a narrativa, inclusive a podridão subversiva que existe no local, o que acaba deixando margem para o sustento estético da história.
O filme comandado pelo cineasta Andy Muschietti é brilhante em diversos elementos técnicos, desde a maquiagem soberba do assustador Pennywise até a fotografia que muitas vezes explora um ambiente sem exagerar nos detalhes a serem entregues ao espectador. Como obra de terror, há também grandes momentos de violência, seja pelo design de som que adapta bem a tensão vivida pelos personagens ou mesmo pela vontade crescente do vilão em atormentar os mais fracos.
O elenco bem afinado, com destaque evidente para os jovens e Skarsgård, nos concede um filme de terror que não prima pela violência ou pelo susto gratuito, mas se desenvolve fortemente pela história que não se esquiva de falar de elementos delicados como estupro, agressão infantil, bullying, entre outros que servem como força e diferencial para esta película que justifica seu sucesso comercial. É uma obra que possui pontos fortes em seu enredo, compilando assim, um notório exemplar da sétima arte.