Cloud Atlas é um filme surpreendente.
Não pelo fato de Tom Hanks ou Halle Barry - bem como grande parte dos personagens - fazerem dois papeis diferentes. Mas pelo fato de mostrar a história da evolução do pensamento humano, o progresso e as grandes mudanças - e revoluções - feitas pelas pessoas que simplesmente não se conformaram em ver a vida passar diante dos seus olhos.
Reencarnação, espiritismo, amor, almas gêmeas, o significado da vida?
Cloud Atlas é um belo e intrigante filme, que nos faz pensar não apenas na nossa existência, mas naquilo que estamos plantando hoje e que vamos deixar para colher quando atravessarmos a próxima porta.
Não há deuses aqui. Cada um tem um deus e uma fagulha divina dentro de si e deve empregá-la fazendo aquilo que acredita ser o certo, e que irá impactar a comunidade em que estamos inseridos.
Não importa quanto tempo vai demorar o reencontro: 2 mil ou 10 mil anos, sempre daremos continuidade à nossa existência e responderemos pelas consequência de todos os nossos atos. A reflexão que fica é que temos liberdade, livre arbítrio para construirmos a nossa existência e, por isso, somos responsáveis pelos resultados.
Só depende de nós mesmos a nossa evolução, a nossa vida, aquilo que construímos, aquilo pelo que nos sacrificamos, nos doamos e, com isso, o nosso legado. A vida é uma oportunidade e, bem-aventurados são os que a dedicam para mudar o mundo pra melhor.
Enfim, os irmãos Wachowski (Andy e Lana) mostram mais uma vez que são sensacionais e, sinceramente, gostaria de me embebedar e consumir essas substâncias que os fazem ser assim, tão psicodélicos e originais.
Para ser justo, merecia pelo menos o Oscar de melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e/ou efeitos especiais, já que provavelmente o melhor filme vai pra Lincoln, que é bom, mas não melhor do que Cloud Atlas.
Um filme para se assistir no mínimo, 2 ou 3 vezes com atenção aos mínimos detalhes!
No final, não importa o seu pensamento sobre espiritismo, reencarnação, Deus ou religião: permita-se um pouco de criatividade e imaginação e curta o filme como uma bela viagem ao redor da existência.