Esqueça a primeira versão de Dredd, aquela com Sylvester Stallone, de 1995, e conheça o poder empolgante da justiça em uma nova versão cinematográfica. “Dredd - O juiz do apocalipse” não se trata de uma refilmagem e muito menos de uma continuação, pelo contrário, é um filme que surge para ‘apagar’ seu antecessor e retratar o personagem da maneira que merece com violência e fidelidade à HQ.
Como a produção dos anos 90 não agradou tanto aos fãs em relação à narrativa (e também por outros motivos de caracterização), a aposta do novo Dredd foi em uma estória mais simples, objetiva e sem lengalenga. Além disso, a trama valoriza a violência estilizada dos quadrinhos e, claro, exibe um juiz mais durão e de personalidade ímpar.
Ambientado em um futuro desesperançoso, a missão de Dredd (em interpretação convincente de Karl Urban) é prender Ma-Ma (Lena Headey), uma traficante de narcóticos que está no último pavimento de um complexo de apartamentos gigantesco. O problema é que o tal prédio tem 200 andares e Dredd, com a ajuda de uma juíza novata (Lena Headey), que também é médium, deverá enfrentar os capangas de Ma-Ma que estão fortemente armados e espalhados por todo o local.
O longa possui um ritmo eficiente e a direção segura de Pete Travis (“Ponto de vista”) trabalha bem os clichês e as sequências de ação. Outros aspectos bem orquestrados por Travis é em algumas soluções visuais que deixaram o filme ainda mais atraente. É o caso das câmeras lentas que retratam o efeito da droga Slo-Mo (comercializada por Ma-Ma) e na boa utilização do 3D que enriquece a profundidade dos cenários (aparentemente parecem limitados) e espetaculariza a violência crua que espirra sangue e pequenos destroços para ‘fora da tela’.
Há quem diga que esse Dredd é um plágio do bom “Operação invasão”, que tem até uma premissa semelhante. Na verdade, a produção de Dredd se iniciou antes e o longa da Indonésia foi lançado primeiro. Ainda que ambos tenham a mesma proposta de ação, eles se diferenciam em suas entrelinhas e, claro, no apuro técnico.
Dredd termina com a sensação de ‘quero mais’ por contagiar o espectador que, certamente, refletirá sobre as ações de um ‘justiceiro legal’ que elimina a casta criminosa do mundo. Ele é um heroi que todos sonham ser ou, pelo menos, todos clamam por sua existência. Talvez, por isso, seu rosto não é revelado, o que subentende que ‘Dredds’ podem existir ou tentam existir, apenas não são percebidos ou apoiados como deveriam.