Ao assistir o filme 4 vezes para uma auto reflexão, ressaltei uma abordagem um pouco dinâmica, que diz respeito a linha de tempo da história retratada na década de 70, como produtora executiva a própria Joan Jett orientou atentamente a atriz Kristen Stewart durante sua atuação, permitindo ter acesso aos passos da cantora em cada momento para abordar cada aspecto de sua performance mesmo até nas emoções, desde os momentos de tristeza, raiva e decepção. A atriz Dakota Fanning não precisou mostrar as qualidades necessárias que uma atriz precisa ter, fazendo um papel mais difícil, ao se entregar psicologicamente nos momentos de tensão entre os conflitos de Cherrie e Kim, e melancolicamente nos momentos depressivos devido ao vício do uso de drogas, se no caso a ex-Runaway mostrou-se apática e desgastou-se devido a má influência do produtor, e se entregando ao luxo do rock em uma fase de experiências mais objetivas da adolescência, por outro lado a atriz juvenil mostrou como existe toda um esquema entre as integrantes, entregando-se aos prazeres proibidos, como no relacionamento pouco despercebido entre Cherrie e Joan, e mostrando uma imagem mais sexualmente coerente do seu ego que não permitia aceitar toda a sujeira feita pelo produtor na vida delas, com o ego falando mais alto ela se permitiu sair da banda por não estar mais motivada a cantar e a seguir ordens, outro detalhe é a interpretação das atrizes Stella Maeve e Alia Shawkat, interpretes de Sandy e Robin, que com certeza não consegui enxergar um grau da performance, diferente da preparação instrumental que tiveram, ressalto que o elenco não foi mais fundo para procurar atrizes com mais afinidade, para seguir um determinado esteriótipo de garotas menos magras ou mais fofas, apresentando um aspecto mais polarizado, diferente da atriz Scout Taylor-Compton que foi cotada para viver Lita Ford, sua performance merece mais destaque pelo jeito garota rebelde. Com certeza Cherrie mostrou ser um exemplo de superação tempos depois, e muitas bandas que surgiram naquela época seguiram seu jeito influente quando cantora, mesmo depois de sair da banda ainda atuou com a própria irmã, livrou-se de seu vício tempos depois sendo conselheira para jovens, como mostra nos créditos do filme, isso sim é que foi uma maneira de recomeçar, transformando a frustração em motivação. Joan Jett por outro lado foi quem mais mudou e alavancou sua carreira para tornar-se uma verdadeira rainha do rock, se arrependendo da juventude conturbada com a banda e o produtor, encontrando dentro de si a verdadeira Joan Jett, para mostrar que o rock nunca morre, sendo ela uma prova viva disso. Para finalizar, então o fator mais marcante nisso todo que leve o filme a uma abordagem no estudo da psicologia é a delinquência juvenil, por todas serem adolescentes na época, sendo comparadas em meio a mesma situação de dois grandes artistas do Brasil, Renato Russo e Cazuza, por todos terem a mesma orientação sexual, vivendo a delinquência em meio a crise que assolava os EUA na década de 70 e a ditadura militar no Brasil na década de 80. Assim como indico os filmes dos dois, Somos Tão Jovens e O Tempo Não Para, como uma forma de reflexão no estudo do comportamento dos jovens da época, condizendo com uma mensagem clara, que a época faz o artista, e o artista faz a época, mesmo que ele viveu ou não esses tempos difíceis foram capazes de mostrar que a música continua, que está em tudo, assim como Joan continuou cantando, se tornando atriz em filmes e séries, e que sua vida como ex-Runaway é uma prova real que mulheres sim podem fazer Rock N' Roll.