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    A Saga Crepúsculo: Lua Nova
    Críticas AdoroCinema
    1,5
    Ruim
    A Saga Crepúsculo: Lua Nova

    Romantismo Idealizado

    por Francisco Russo

    Volta e meia surgem filmes que geram tamanha ansiedade junto ao público que se tornam maiores do que um mero longametragem, gerando uma cultura própria em torno deles. Assim foi com Guerra nas Estrelas, Indiana Jones, Harry Potter e tantos outros. O lançamento de A Saga Crepúsculo: Lua Nova provou que a série de autoria de Stephenie Meyer alcançou este status. Só no Brasil, foram quase 400 mil ingressos comprados em pré-venda. Milhares foram aos cinemas conferir as pré-estreias especiais, à meia noite. Um desempenho digno de, goste-se ou não, um filme que marca época.

    O porquê de tamanho sucesso é um tanto quanto nebuloso. A trama como um todo traz elementos batidos, como um triângulo amoroso, a dúvida entre a paixão e a razão, o amor romântico na vida adolescente... tudo já apresentado em dezenas de outros filmes. Há a presença de elementos que povoam o imaginário coletivo, como vampiros e lobisomens, mas isto também não é novidade - nem mesmo que apareçam juntos. A resposta é uma mescla destes itens com a identificação atingida pelo seu público alvo: os adolescentes. E é aqui que entra a maior característica da série: o romantismo idealizado.

    O relacionamento entre Bella e Edward segue o melhor estilo amor impossível. A comparação com Romeu & Julieta, ilustrada logo no começo de Lua Nova, não é à toa. O romance entre eles é puro em relação aos sentimentos envolvidos, daqueles típicos dos contos de fadas com príncipes encantados. É verdade que aqui a donzela não é passiva, já que Bella não se contenta em ser apenas protegida por vampiros e lobisomens. Sinal da evolução da participação da mulher na sociedade contemporânea, claro. Só que o contexto emocional é o mesmo.

    Lua Nova é um nítido avanço em relação a Crepúsculo, que possuía problemas técnicos e de direção. Aqui há maior fluidez na história, que pode ser sintetizada pela formação do triângulo amoroso entre Bella, Edward e Jacob. Há também um maior cuidado no lado técnico, em especial nos efeitos especiais necessários para a transformação dos lobisomens. Nada de espetacular, mas o necessário para dar suporte a um filme deste quilate. Só que, mesmo com as melhorias, alguns problemas persistem.

    Um deles é o modo como o romantismo é apresentado, sempre através de frases feitas, o que faz com que muitas vezes o momento em que elas são ditas transpareçam artificialidade. Robert Pattinson mais uma vez demonstra limitações, sendo inexpressivo em quase todo o filme. O par formado por Kristen Stewart e Taylor Lautner possui melhor química e entrosamento em cena. A grande novidade do filme, os Volturi, são pouco explorados e aparecem basicamente no terço final da história. A breve presença de seus integrantes, em especial a Jane de Dakota Fanning, deixa a sensação de desperdício.

    Entre prós e contras, A Saga Crepúsculo: Lua Nova é um filme morno. Um típico romance adolescente com pitadas de sobrenatural, bem feito mas sem grandes destaques. Só que não se pode reclamar disto, já que era esta a proposta desde o início. A série não tenta ser original, deseja apenas apresentar uma boa mistura de elementos que já existem e são consagrados. Neste sentido, funciona. E, ao contrário de Crepúsculo, deixa alguma esperança para os próximos filmes.

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