Muito sempre se criticou sobre o famoso "American Way of Life", em diversos meios de comunicação, livros, revistas, filmes... e então chega-se com a ideia: se o American Way of Life é um estilo de vida, por quê não fazer um filme que "venda" esse estilo de vida? Daí surgiu a história de "Amor por Contrato" (The Joneses, no original), um filme de estreia do diretor Derrick Borte com um roteiro simples, direto e revolucionário dele próximo.
Uma grande corporação decide montar uma família de mentira, com vendedores normais vivendo como se fossem parentes reais, usando e abusando dos mais diversos produtos e, dessa maneira, "vendendo-os" para a vizinhança, gerando um efeito cascata e lucros exorbitantes para a corporação. Não parece genial? Mas pare para pensar nas consequências de tais atos. As discussões do enredo do próprio Borte não são feitas à exaustão em tela, mas serve para aguçar a reflexão do espectador.
A fotografia, cenários e produção do filme é excelente, ainda mais considerando o orçamento baixo do filme (cerca de cinco milhões de dólares). Um bom exemplo é a diferenciação das casas dos Jones e Symonds, a primeira muito elegante, clean e hi-tech, enquanto a segunda parece brega, escura e ultrapassada.
No campo das atuações, temos um elenco afinado e, embora nenhuma atuação seja um arroubo, estão todos bem alinhados à seus personagens. Amber Heard é quem entrega a melhor atuação como a esquentada Jenn. Um ótimo personagem é o de Glenne Headly, que representa a classe média fanática por ascender economicamente e vive bajulando os mais abastados. Os protagonistas, David Duchonvy e Demi Moore possuem química e defendem bem seus personagens, mesmo que às vezes pareçam estar no automático.
Em suma, um excelente filme com excelente argumento e boas discussões, com ótimas atuações. Merece ser assistido várias vezes, e merecia ter uma divulgação maior.