Um roteiro cheio de buracos
por Lucas SalgadoA maior surpresa com relação à Buraco Negro está na descoberta de que se trata de uma produção francesa. É no mínimo curioso assistir um filme realizado na França cuja força esteja nos efeitos visuais e a falha no desenvolvimento do roteiro.
Terra da Nouvelle Vague e da Cahiers du Cinéma, a França sempre foi conhecida como o berço pleno do cinema cult, onde o roteiro sempre foi colocado à frente de tudo. O contraponto era justamente o cinema norte-americano, rico em imagens e pobre em ideias. É claro que existem exceções dos dois lados e este é o caso de Buraco Negro.
O longa é um apanhado de situações que no final das contas não servem para nada. Tenta mostrar o romance de um casal de namorados, o efeito do surgimento de uma bela e jovem misteriosa em uma relação, e como um jovem pode simplesmente se jogar em um game de computador, em uma vida virtual. O filme não é bem sucedido em nenhuma dessas tentativas.
O espectador só não cairá no tédio total pois o filme consegue ao menos criar uma ambientação muito interessante para o tal jogo, chamado Black Hole (o tal "buraco negro" do título). No final, a sensasão de que está vendo algo ao menos curioso salva um pouco a produção. Mas não o suficiente para consideramos o longa algo memorável.