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    Goosebumps - Monstros e Arrepios
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Goosebumps - Monstros e Arrepios

    Melhor abrir os livros

    por Renato Hermsdorff

    Em Goosebumps: Monstros e Arrepios, o jovem Zach Cooper (Dylan Minnette) se muda de Nova York para uma cidade pequena dos Estados Unidos, para onde a mãe é transferida. Lá, eles passam a morar na casa ao lado da de Hannah (Odeya Rush) – por quem o adolescente se apaixona – e o pai dela, o ranzinza R. L. Stine (Jack Black).

    Depois de escutar gritos vindo da propriedade ao lado, Zach invade a residência com a ajuda do medroso colega (Ryan Lee) e acaba, acidentalmente, abrindo um dos livros e, consequentemente, dando início à libertação de todos os monstros criados por Stine.

    Juntos, eles terão que mandar as criaturas de volta para as prateleiras.

    Evocando o espírito da aventura infanto-juvenil da Sessão da Tarde (Jumanji seria a referência mais óbvia, mas, por que não Os Goonies também?), o filme do diretor Rob Letterman (que repete a parceria com Black de As Viagens de Gulliver e O Espanta Tubarões) começa de maneira divertida e promissora.

    A relação de Zach com a mãe (Amy Ryan) é baseada em uma intimidade calcada no bom-humor; o clima entre o jovem casal que está por vir é de cumplicidade; Jack Black capricha nos maneirismos (justificados) para compor a caricatura de um personagem real (R. L. Stine de fato existe; é o autor da série de livros Goosebumps, conhecida no Brasil como “Arrepios”; e vendeu milhões de exemplares, sobretudo nos anos 1990).

    O ponto de partida, misto de ficção e realidade, portanto, é um dos pontos altos, a julgar pela criatividade da ideia, que mescla com sucesso as mais variadas histórias do escritor.

    O problema começa a partir do “juntos, eles terão que mandar as criaturas de volta para as prateleiras”, ou seja, o ponto de virada que é a força motriz da história, ali pelo início do segundo terço do filme. A partir daí, o texto, em si, é deixado de lado, para privilegiar a pirotecnia dos efeitos especiais – nem sempre tão críveis, como seria de supor para uma produção de alto nível –, num super-estímulo constante que resulta cansativo.

    E o detalhe, que, até então, era vantagem – piada (leve) com a Coreia do Norte (que coragem, Sony!); referências a Stephen King; a ironia de um boneco de ventríloquo que é uma espécie de alter ego maligno (Slappy, cuja voz também é de Black) do próprio autor comandar a revolta dos monstros – passa a ser um algoz da produção, com um roteiro que, nas minúcias, deixa pontas soltas (apesar da queda de energia na escola, a festa corre solta plugada na tomada; apesar de ser um escritor recluso, o personagem “guarda” a máquina de escrever no mesmo colégio).

    Apesar do bom desempenho – e da química – do trio central Dylan/ Odeya/ Jack, os atores estão cercados por personagens irritantes, como a encalhada tia Lorraine (Jillian Bell), o nerd da escola (Lee) e (Deus!), principalmente, a dupla de policiais idiotas Stevens (Timothy Simons) e Brooks (Amanda Lund). Para completar, todos os papéis caminham para um forçado e desnecessário arranjo amoroso.

    Se é um exercício de imaginação que você procura, melhor abrir os livros (sem culpa).

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