Continuando a exploração do universo Marvel nos cinemas, eis que agora é lançado o filme solo de Venom, uma forma de vida alienígena que precisa de um hospedeiro humano para sobreviver na Terra e que tem super força, além do poder de auto cura. O hospedeiro “perfeito” é Eddie Brock (Tom Brady), um repórter sensacionalista que por acidente acaba recebendo a “entidade” alienígena, o que interfere em seu relacionamento com a advogada Annie (Michelle Williams) e o leva a viver “arriscadas aventuras” típicas da Sessão da Tarde. Ainda temos o cientista mefistofélico que faz uso de formas pouco convencionais em busca de um “bem maior”. E blá-blá blá. Os últimos filmes da Marvel que assisti tinham grande dose de empatia e mostravam sociedades ameaçadas e o uso de heroísmo para redenção, com teor, graça, ação e certo grau de profundidade. Aqui, nada disso acontece. Apesar de bons atores como Tom Hardy e Michelle Williams, é notável a apatia e falta de química de/entre ambos. O filme, na verdade, é uma afronta a inteligência de quem assiste. Roteiro pobre, muito mal desenvolvido, com personagens caricatos e insossos. Vários furos, motivações nada convincentes e situações forçadas e ilógicas. Não vou dar spoilers aqui, mas há sequências que desafiam o bom senso de qualquer pessoa que tem o mínimo de discernimento sobre sistema de segurança e vigilância de um mega laboratório, em que invasão de pessoas não autorizadas parece mais fácil que contar até 3. Mesmo tentando relevar todos esses erros, pensando no desenvolvimento da estória, o filme ainda tem cenas de ações fracas, efeitos especiais meia-boca (não pague mais caro para ver 3D!), piadas constrangedoras de tão sem graça e a profundidade de um pires. Em suma, pouco se salva, beirando a mediocridade. Não fosse o elenco, que tenta tirar leite de pedra, o filme seria um fiasco total.