HÉRCULES
Herói grego, batizado com esse nome pelos Romanos, Hércules é uma figura mitológica dentre as muitas já conhecidas. É um semi-deus, filho de Zeus com uma mortal e era símbolo de virilidade e vitórias nas guerras do seu tempo. Sua história já foi contada nas telas de cinema e de TV em muitas oportunidades. A série estrelada por Kevin Sorbo foi a que mais tempo explorou os feitos do herói, e uma animação homônima da Disney é certamente o melhor trabalho feito sobre ele. Existem muitos outros.
O desta vez, dirigido por Brett Ratner (Hora do Rush, X-Men 3), é bem mais humanizado do que as lendas a seu respeito sugerem, As lendas ainda existem, e são usadas por ele e pelo grupo que o acompanha como embuste, na tentativa de intimidar seus inimigos. Por sinal funciona bem, mas o que acaba funcionando mesmo é quando Hércules entra em ação, provando que é forte o bastante para destruir muitos exércitos.
Os seus famosos 12 trabalhos são mencionados, como a morte do Leão de Leão de Neméia e da Hidra de Lerna, e de fato aconteceram, porém com ajuda de seus amigos, que encontrou pelo caminho entre um confronto e outro e acabaram por formar um bando de mercenários.
Dispostos a enfrentar de tudo por ouro, Hércules e seus comparsas aceitam o desafio apresentado pelo Rei da Trácia, que tem sofrido ataques severos de um oponente misterioso, de salvar o reino e devolver-lhe a paz.
Com algumas reviravoltas médias e um enredo bastante simples, HÉRCULES preocupa-se em não se aprofundar muito na fantasia como outros trabalhos o fizeram, e rebaixa todo o credo em Centauros e outros monstros a meros pesadelos, diferente, por exemplo de Fúria de Titãs.
Seus diálogos, porém, são bem ralos e abraçam clichês de textos heróicos e frases prontas como "seja quem você nasceu para ser.." e blá blá.. bem infantil. Talvez a classificação 14 anos tenha sido demais, pois por muitas vezes tenta divertir e entreter como uma aventura. Lógico que rápidas cenas violência mais intensa surgem pra justificar.
Apesar de incrivelmente forte e capaz de convencer tropas a segui-lo, o personagem não é dotado de poderes especiais. É apenas um humano com um triste passado.
Com efeitos interessantes e uma boa direção de arte, está acima da média de seus semelhantes filmes épicos mas está ainda distante de ser visto como uma produção grandiosa com Gladiador, ou Tróia, que também fala de outro semi-deus mais humanizado.
As cenas de ação e batalha são muito boas e prendem a atenção, com destaque para a louvável escolha de Dwayne Johnson (The Rock) para interpretar o mito. Muito convincente, usa o seu jeitão de bom moço para se contrapor à valentia do guerreiro e cria um personagem bastante amigável, fácil de torcer. Sua equipe e outros personagem (aliás, são muitos) não decepcionam e complementam bem a história. John Hurt como o Rei da Trácia está ótimo também.
O 3D é muito bem colocado, com bons efeitos e uma boa noção de profundidade, traído como sempre pelas inúmeras cenas no escuro.
É uma boa diversão, um épico bem modesto e cheio de boas surpresas.