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    17 Outra Vez
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    17 Outra Vez

    Quando tudo é possível

    por Roberto Cunha

    Assistir filmes que abordam o tema voltar no passado para ter uma segunda chance já não é novidade há muito tempo. Aliás, 17 Outra Vez não nega que bebeu nesta fonte e tira um sarro com a idéia, afirmando mais de uma vez, através de um personagem, que a história de transformação já virou um tema clássico.

    Mike O'Donnel (Zac Efron) era uma fera do basquete juvenil na escola, mas a gravidez inesperada de sua namorada resultou no abandono do sonho de cursar uma faculdade. Já adulto, O'Donnel (Matthew Perry) tornou-se um executivo frustrado, pai de dois filhos adolescentes e prestes a se divorciar de sua esposa (Leslie Mann), a namorada daquela época. Desiludido com a vida e se achando um fracasso, O'Donnel, como num passe de mágica, passa a ter 17 anos outra vez só que no presente. Ou seja, não volta no tempo, apenas rejuvenesce. Aqui vale a reassalva do evidente abuso na liberdade poética e cobrar coerência não faria sentido. Mas pode incomodar o fato de ninguém o reconhecer por conta de uma franja estilo "Emo". Contudo, se você conseguir deixar isto de lado, assistirá uma leve e despretensiosa diversão.

    Sob o pretexto de descobrir porque aquilo aconteceu, ele vai contar com a ajuda de seu fiel escudeiro Ned (Thomas Lennon), melhor amigo dos tempos de escola e um milionário alucinado por filmes, jogos e quadrinhos. E O"Donnel (Efron) passa a conviver com os próprios filhos na escola e em casa, como amigos, e faz muitas descobertas. Embora focado no público teen, até pela presença do galã adolescente, 17 Outra Vez aborda um tema que diz respeito aos adultos também, principalmente, para aqueles que perdem o rumo e culpam os outros por seus próprios erros. Na história, o protagonista entende que sua insatisfação o fez perder o foco. E sua "ausência" na vida o tornou um pai ausente, um marido distante e alguém que não terminava o que começava.

    A direção de Burr Steers e o roteiro de Jason Filardi (A Casa Caiu) não são um primor. Aliás, longe de ser. Mas é inegável que a história, por mais previsível que seja, tem certa magia, um bom ritmo e algumas sacadas legais nos diálogos. Como acontece no momento em que O´Donnel (Efron) consola a amiga (sua filha), dizendo que quando se é jovem, uma desilusão parece ser o fim, mas, na verdade, é só o começo. E é divertido a sequência da aula de educação sexual e as reações das alunas, na hora, e depois.

    No elenco, o ator e roteirista Lennon (versão light de Rob Schneider) rende bem como contraponto de humor constante para o clima de drama juvenil da história. E Mann (Ligeiramente Grávidos) também convence como esposa triste e eterna apaixonada pelo marido. É possível ver emoção nos momentos em que eles estão juntos, apesar da diferença de idade. De curioso, ficam algumas referências totalmente "quarentonas" como ouvir "Danger Zone", sucesso de Kenny Loggins no filme Top Gun, enquanto joga vídeo game, e a casa de Ned que é um caso a parte para os nerds de plantão. Aliás, a azaração dele para cima da diretora da escola também merece destaque.

    Mesmo tendo Zac Efron, repetindo com maestria seu passos de High School Musical e com o protagonista vivendo o inverso do clássico Quero Ser Grande ou De Repente 30, 17 Outra Vez é honesto, e vai divertir os menos exigentes e, principalmente, os fãs do rapaz que tem futuro no cinema.

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