O Segredo da Cabana é um daqueles filmes com roteiros absurdamente diferentes que saem todo ano. Muitas vezes são bombas, mas aqui é bem diferente. Ele acerta muito mais do que erra.
Acerta, principalmente, por não se levar a sério demais. Existe um grande tom de paródia no filme, que o faz até ficar engraçado. E sem jamais deixar o suspense de lado, se torna um ótimo exemplar do controverso gênero "terrir", que tanta gente detesta (mas que eu gosto bastante).
O filme nos pega pela imprevisibilidade completa, e com vários momentos de reviravoltas. Por isso, começa confuso, e vai se revelando aos poucos, mas quando a história completa por trás desse final de semana na cabana é revelada... que bom que o filme fica. É nesse momento que ele assume tudo o que estava prometendo desde o início, apesar de exagerar um pouco nos excessos.
É claro que tecnicamente, não é um filme perfeito, mas não há motivos pra se cobrar excelência em fotografia, efeitos especiais ou atuações de um filme como esse. É pra se divertir com a história que está sendo contada, mesmo, sem mais pretensões.
O que me deixa particularmente feliz pelo filme não ter caído no que ameaçou cair (ironicamente, ainda bem) em seus momentos finais, quando Sigourney Weaver ingressa na história. E toda sua áurea sarcástica não se perde com um final tão inventivo, e, igualmente instigante a ponto de dar inveja a Prometheus, o qual me fez recordar, com a diferença de que aqui, com uma ousadia e um embasamento muito mais substanciais que na outra obra. E muito mais interessante também. Principalmente, ao reconhecer as diversas referências a obras famosas e conhecidas que são feitas durante o longa (achei sensacional o take do sangue, referenciando O Iluminado).
Um bom filme, sem dúvida alguma.