Faroeste filosófico, dirigido por Jim Jamursch, e estrelado por Johnny Depp, é um filme realmente diferente de tudo que já vimos no cinema.
Em primeiro lugar, não se trata de um simples filme de bang-bang, mas sim de uma história que nos traz profundas reflexões sobre o comportamento humano, lealdade, traição, vingança, amizade, companheirismo, ódio... Todos os elementos que nos tornam humanos.
A história começa bem interessante, com o personagem de Depp em uma viagem de trem, partindo rumo ao Oeste, para trabalhar como contador na única metalúrgica do local. Essa primeira cena, é uma tomada bem longa, onde podemos ver que, a cada estação, os passageiros que estão a frente do protagonista vão mudando, ao mesmo passo que vemos a mudança da paisagem, ficando cada vez mais desértica e selvagem, conforme o personagem se aproxima de seu destino, a fotografia se destaca nesse início de forma brilhante, lembrando que opcionalmente, ele fora filmado em preto e branco, o que foi considerado um veneno de bilheteria por muitos.
Após esse início, temos ainda dentro do trem, o primeiro de muitos longos e excelentes diálogos do filme, que é interrompido por uma caçada a búfalos. Quando o personagem principal chega a cidade de destino, é que vemos o quão brilhante fora o trabalho de reconstrução de época, já que desde o cenário ao figurino, tudo ficou perfeito, nos fazendo voltar no tempo.
O inicio da trama é pautada por diálogos, mas após Willian Blake (Johnny Depp), se envolver com uma mulher, e assassinar seu amante, em legítima defesa, o filme ganha uma nova dinâmica, pois o falecido, era filho do poderoso industrial do local, que ordena uma caçada contra Blake, que está extremamente ferido.
A partir daí o filme contrasta, entre as reflexões de seu protagonista, a amizade com um indígena que o salvou, e a crueldade dos assassinos enviados para caçá-lo, e o filme se torna completamente envolvente.
O desfecho da trama é perfeito, e deixa o espectador completamente satisfeito.
Johnny Depp tem uma atuação eletrizante, e mostrava desde aquela época o grande ator que era, apesar de ser considerado um ator que não era rentável aos estúdios, exatamente por projetos como aquele, sua caracterização ficou perfeita, e suas expressões são um show a parte.
Outros nomes a destacar no filme, são os de John Hurt, Billy Bob Thornton e do músico Iggy Pop, além de pequenas aparições de Gabriel Bryne e Alfred Molina.
A fotografia do filme em preto e branco, é um verdadeiro espetáculo, e a trilha sonora se encaixa muito bem na história.
Em resumo, Dead Man é um grande filme, e sem dpuvida alguma eu recomendo.
Nota: 10