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    Ondine
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Ondine

    Caiu na Rede é Peixe. Será?

    por Francisco Russo

    Era uma vez... Não é desta forma que Ondine tem início, mas bem que poderia. Afinal de contas, trata-se de um conto de fadas moderno, conduzido com sensibilidade pelo diretor Neil Jordan de forma a adaptá-lo ao mundo real. Assim é a história da jovem que, mesmo não sendo peixe, caiu na rede de um pescador. Literalmente.

    É assim que acontece o primeiro encontro entre os personagens principais do filme. Syracuse (Colin Farrell, correto), em uma pescaria como outra qualquer, iça uma jovem seminua em meio aos peixes. Ela não revela quem é e apenas pede para que seja escondida dos demais. Ele a leva para a casa de sua falecida mãe, um local deserto onde poderá se recuperar, e conta sua história para a filha Annie (Alison Barry, cativante). É a partir deste terceiro vértice que a trama se desenvolve.

    Annie sofre de problemas renais, que fazem com que quase sempre ande de cadeira de rodas e faça diálise periodicamente. Sua vida é repleta de limitações, o que não a impede de sonhar. Tão logo ouve a história da jovem desconhecida, ela a associa aos selkie, lenda escocesa cujos seres possuem pele de foca e cantam embaixo d'água, para se comunicar com os animais. Nasce então o conto de fadas, tão necessário para a menina que precisa encontrar cor em sua vida em preto e branco.

    É através desta parábola que Neil Jordan desenvolve todo o filme. Mesclando entre o tom de fantasia viável e a realidade, Ondine traz uma história de certa forma simples, porém cativante. Para tanto conta também com a ajuda da revelação Alicja Bachleda, necessariamente desconhecida para que também o espectador não trouxesse, assim que a visse, qualquer referência. Alicja é tão novata para o público quanto Ondine é para os olhos de Syracuse e Annie. Desenvolta no papel e muito bonita, ela dá o mistério e a ingenuidade necessários à personagem. Bom filme, conduzido de forma leve e delicada.

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