Roteiristas, diretores e produtores deveriam aprender com este filme, onde mocinhos erram, perdem, apanham, são feridos, frustam-se, mentem e até morrem. E os que sobrevivem precisam consertar algo mal feito há trinta anos. Não é comum mocinho de filmes de Hollywood passarem por isso. Pois é o que está nesse bem realizado "A Grande Mentira" ou "No Limite da Mentira" ("The Debt", no original, e "A Dívida", em Portugal).
Lançado em 2010, tem direção de John Madden e roteiro de Matthew Vaughn, Jane Goldman e Peter Straughan, com base no filme "Ha-Hov", de 2007, este dirigido por Assaf Bernstein e roteiro do proprio e também de Ido Rosenblum. A nova versão, de 2010, é a que avalio aqui.
O filme começa e segue perfeito, perfeitíssimo (pelo que cito logo no inicio) e porque tem enredo dos melhores e é muito bem interpretado. Contudo, nos momentos finais, o que parecia diferente de outros filmes, torna-se algo comum, repetitivo, absurdo e muito descuidado. Refiro-me ao modo como a agente acessa informações, num jornal longe de casa (na Ucrania), sobre o paradeiro do nazista procurado. É tão fácil que dá náusea. E também como ela circula pelo hospital, também na Ucrania, corredor por corredor, quarto por quarto, sem ser importunada. E, finalmente, a cena em que alguém morre. Tudo isso foi tão mal arranjado que maculou o (até então) belo filme, acho. E, quando eu acho, são necessarios bons argumentos para eu deixar de achar. 📽
.