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    Dia dos Namorados Macabro
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Dia dos Namorados Macabro

    Para ver acompanhado

    por Roberto Cunha

    A primeira coisa que se leva em consideração ao assistir um título assim é saber que absurdos vão acontecer e que roteiros brilhantes é a última que se pode esperar. Aliás, o simples fato de você estar lendo sobre ele já revela uma pré-disposição para aturar certas licenças nada poéticas do gênero. Partindo dessa premissa, o filme tem sangue. Muito sangue. E se você puder assistir uma cópia 3D em boa companhia, ele quase jorra em cima de você. Dia dos Namorados Macabro (3D) tem efeitos especiais e cenas que rendem um visual legal até na abertura, aproveitando a tecnologia em questão. As cenas, na sua maioria, são criadas quase como um merchandising, mas se encaixam na trama. E os óculos atuais permitem uma boa visão, totalmente diferentes daqueles de antigamente, de papel, com uma lente vermelha e a outra azul. Então, se puder optar, pague um pouco mais, vá de cópia 3D (mesmo dublada) porque compensa.

    O filme não é novidade. É uma refilmagem de um longa de 1981 sobre uma pequena cidade que vive da extração de minérios e foi assolada, no passado, por uma série de crimes brutais cometidos por um mineiro chamado Harry Warden. Só que eles voltam a acontecer 10 anos depois. E o serial killer dado como morto na época assusta a comunidade. Se você nunca ouviu falar dele, não se preocupe. Como todo "profissional" da área, ele tem todos os apetrechos necessários: uma roupa específica, uma máscara, um som típico (a respiração) e, não poderia faltar, uma arma preferida. A dele é uma picareta. E o cara é um tremendo artesão com a ferramenta, retirando o coração de suas vítimas, fazendo frente aos trabalhos de Jason Vorhees (Sexta-Feira 13) e Freddy Krueger (A Hora do Pesadelo). O elenco é desconhecido do grande público. A maioria faz seriados que passam na tv por assinatura. E a produção pegou carona no sucesso das séries e importou, por exemplo, Jensen Ackles (Adoradores do Diabo) diretamente do seriado Supernatural (Warner), além de Jamie King (Doze é Demais 2) e Kerr Smith (Vampiros do Deserto), também atuantes em tv. Apesar da pouca experiência como diretor, Patrick Lussier (Drácula 2000) é chegado no gênero, trabalhando como editor em vários filmes como a trilogia Pânico e mais recentemente em O Olho do Mal. O roteirista é o mesmo do original.

    A história tenta explorar um fiapo de triângulo amoroso, um joguinho de suspense para identificar quem seria o verdadeiro assassino e não abre mão de um pouco de humor, às vezes, negro como uma mulher centrifugada na máquina de lavar ou o olho na ponta da picareta vindo na sua direção. O trocadilho do assassino da mina (mine) "Be Mine 4 Ever" escrito com sangue na parede merece destaque. Por outro lado, duas pequenas mancadas: uma panorâmica da mina que mais parece uma maquete e a cidade, que apesar de pequena, tem cara de fantasma em vários momentos. Entre as curiosidades, percebe-se citações de O Iluminado com a picareta rasgando a porta e uma cabeça sendo pisada, lembrando a antológica cena (que você imagina) de A Outra História Americana. A trilha sonora, de bandas desconhecidas, é compatível com o filme, que recebeu classificação máxima nos Estados Unidos, provavelmente, por conta da sequência de sexo escancarada, seguida de um nu frontal feminino explorado ao extremo e também pela carnificina generalizada. Em tempo: Não saia antes dos créditos finais. Que "mêda"!

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