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Desde os estrondosos sucessos de filmes de fantasia iniciados por Harry Potter e O Senhor dos Anéis, muitos são os estúdios que buscam na literatura do gênero histórias para investir suas verdinhas. Boas idéias e conteúdo não faltam, o grande problema é adaptá-los com forte apelo comercial sem deturpar os história original. O SÉTIMO FILHO segue uma linha similar à grande maioria da produções nesse sentido: grandes distorções da obra de origem.
O SÉTIMO FILHO segue o cotidiano de John Gregory (Jeff Bridges), um experiente caçador de bruxas que precisa encontrar um sucessor. Nas idas e vindas para encontrar seu pupilo, Mestre Gregory ainda tem que lidar com as dificuldades relacionadas a essa busca, já que seus alunos não se mantém ativos por muito tempo. Para complicar ainda mais a situação, como o nome do filme sugere, o escolhido precisa ser o sétimo filho do sétimo filho. Gregory encontra Thomas Ward (Ben Barnes), um filho de fazendeiro que tem visões de supostos acontecimentos futuros. Não que essa habilidade faça alguma diferença de fato, mas tem um quê de especial na interpretação de Gregory, que acredita poder usar isso para modificar o futuro de ambos... ledo engano!
Apesar do treinamento ser praticamente inexistente, Ward já inicia seu desafio sendo orientado quanto a produtos de uso específicos, como pó de prata, algo fundamental para a caça, e os maiores inimigos que pode enfrentar. Seu primeiro desafio é derrotar Urag, um oriental capaz de transformar-se em urso, elevando sua força exponencialmente. A briga é até razoável, mas ilustram uma de suas maiores fraquezas: a incapacidade de matar.
Apesar dos conceitos de fantasia e de se passar no século XIII, o filme não faz muito para desenvolver seus personagens, já que tudo flui de forma rasa e corrida. Pouco sabemos de Gregory além de um rápido caso romântico que o elevou ao status de caçador; Ward por sua vez tem uma ligeira explicação sobre suas habilidades, porém, como num passe de mágica, sai de um bundão fracote para virar um exímio lutador e exterminador, bem nonsense, eu diria; a vilã Mãe Malkin (Julianne Moore) é mais do
mesmo, ou seja, a bruxa má que quer conquistar o mundo (puxa até Cérebro e Pink já tentaram ) e, para isso, precisa de uma pedrinha brilhante na noite de lua cheia para ampliar suas habilidades, já fortes e interessantes.
Para um filme do gênero é de se esperar efeitos visuais em larga escala, como mostra o trailer, o que ocorre de fato. Muitos dos inimigos são frutos de CG, que por sua vez até soam interessantes e bem aplicados. Alguns personagens como Radu, que se transforma em um dragão; a própria vilã Malkin cria momentos bem divertidos com suas habilidades, porém pouco exploradas. Os cenários também são interessantes, com destaque para o vulcão adormecido que sedia o covil dos vilões.
Apesar do elenco grandioso formado pelos excelentes Jeff Bridges, Julianne Moore, Djimon Hounsou e uma rápida participação de Kit "Jon Snow" Harington, O SÉTIMO FILHO carece de força e conteúdo, sua história com premissa razoável é ruim e mal contada, deixando que diversas ocorrências e falhas do roteiro deixem a experiência ainda mais sem graça. Nitidamente adaptado para atrair público, o filme peca em manter qualidade além da computação gráfica, deixando a impressão que seus muitos atrasos de produção culminem na mediocridade vista em seus 90min.