Alexandria, filme dirigido e co-escrito por Alejandro Amenábar, como a própria tradução do título indica, se passa na cidade egípcia que abrigou uma das maiores bibliotecas e um dos maiores centros do saber da humanidade. É neste ambiente em que encontramos a figura de Hipátia (Rachel Weisz), uma filósofa, matemática e astrônoma que foi muito à frente do seu tempo e que, em tempos em que outras mulheres não tinham acesso ao conhecimento, ajudou na formação de muitos homens que se tornariam líderes daquela localidade.
A história do filme acontece num período em que existia um embate entre a religião típica do Egito, marcada pelo politeísmo, e o cristianismo, que ascendia naquele momento e que pregava justamente a fé em um único Deus. Como representante da ciência, como uma representante fiel do desejo de questionar a todos os dogmas, Hipátia se torna um desafio a ser batido por aqueles que desejam o poder.
Sem dúvida alguma, trata-se de uma história com muitas nuances, principalmente aquelas que dizem respeito à difusão dos conhecimentos científicos e à natural discussão entre ciência x religião. Apesar de ter como diretor alguém com o talento de Amenábar, fica a sensação de que Alexandria promete muito e não cumpre aquilo que era esperado, ao seu final. Fica, no entanto, o tributo ao grande exemplo de Hipátia, que, no meio de tanta barbárie, não comprometeu suas crenças e foi fiel àquilo em que acreditava e, principalmente, representava.