Morte Digital.
Não há duvidas de que muitos estúdios sugam de suas franquias até não sobrar um gota sequer do caldo que resultou na essência de sua diversão, no caso da série Premonição, a Warner criou muitos elementos para diversificar, porém, mais atrapalhou do que inspirou.
Este quarto episódio da série cinematográfica traz de volta o hoje finado diretor David R. Ellis, que comandou os dois primeiros filmes, para mais um festival de mortes "inusitadas". O que dá início à carnificina se passa em uma corrida estilo Nascar, no qual um acidente na pista espalha o caos e pedaços de lataria pela arquibancada, ou seja, um banho de sangue e
partes de humanos espalhados por todo os canto.
Assim como o restante do elenco, o protagonista / vidente Nick (Bobby Campo) aqui funciona somente para empurrar a produção pelos módicos 75min de duração, já que não há nenhum destaque em cena, nem mesmo as mortes. Ao contrário dos outros filmes, a tensão proporcionada pelas mortes do grupo que se salvou no começo cai por água abaixo, pois os roteiristas acharam interessante que Nick continuasse a ter pequenas visões de como cada sobrevivente partiria dessa para uma melhor. Ainda que esses pequenos fragmentos não mostrem exatamente como vai acontecer a morte, ela já entrega como será parcialmente o momento, acabando com a expectativa.
Outro ponto que se afasta dos anteriores é o uso abusivo de CG. No filmes antecessores, grande parte das mortes eram frutos de uma montagem acertada, maquiagem e um sutil presença de computação gráfica, porém, neste quarto tudo é digital, o que faz cada mililitro de sangue parecer cafona e plenamente artificial. Parece não ter sido feito um mínimo esforço para atenuar as texturas falsas que estão envolvidas em cada morte que, associada à previsibilidade, deixa o filme mais monótono do que
divertido. Isso sem deixar de citar a total falta de criatividade das mortes pós acidente inicial, pois são bobas e pouco adicionam à seleta lista já criada pelas produções anteriores.
Apesar da volta de Ellis na direção, PREMONIÇÃO 4 mostra que a fórmula já está bem desgastada. O elemento chave que eram as mortes imprevisíveis tornou-se lugar comum, sem tensão e qualquer expectativa. Funciona bem só mesmo para quem deseja ver a brutalidade e sanguinolência feitas por computação gráfica, um fiasco!