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    A Verdade Nua e Crua
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    A Verdade Nua e Crua

    Ao ponto e sem sangue

    por Roberto Cunha

    O que você espera de uma comédia romântica? Se responder que procura um texto inteligente, as chances de quebrar a cara são enormes diante da profusão de filmes do gênero de uns anos para cá. Mas verdade seja dita: seria mentira afirmar que é missão impossível encontrar algo que preste. A Verdade Nua e Crua pode ser um deles. Basta deixar a má vontade de lado e aproveitar o filme, que chega ao ponto e sem sangue. O longa é daquele tipo com personagens que se odeiam do começo ao fim e você já sabe como acaba. Mas então não vale a pena assistir? Errado. E uma das razões é que os clichês ou plágios (como queira chamar) são bem aplicados e os diálogos chutam o pau da barraca no "tocante" as partes íntimas e nos termos sexuais. Este ponto, para uma comédia romântica, já pode ser considerado um pequeno diferencial. E a ideia de ser mais apimentado deu um tempero no molho tradicional.

    Abby (Katherine Heigl) é uma produtora de televisão apaixonada pelo que faz e muito conservadora, e Mike Chadway (Gerard Butler) é um machista grosseirão apresentador de um programa recheado de baixarias e dicas para os telespectadores melhorarem suas relações amorosas. Enquanto ele segue suas máximas como "homem adora ver mulheres comendo algo em formato de pênis" ou "orgasmo falso é igual risada falsa porque funciona", ela é aquela solteirona cheia de idealizações, romântica ao extremo e que nunca encontra seu par. E é desta ímpar – e previsível - dicotomia amorosa que o roteiro tira proveito. Hollywood adora este tipo de conflito e o público também. Não tenha vergonha de fazer parte dele. E prepare-se para encontrar discussão sexista entre os dois, ela reclamando dele, ele transformando ela, compras em lojas, uma criança, cena de ciúme, uma dança e, claro, mil licenças do roteiro para tudo se encaixar perfeitamente.

    Escorado apenas na dupla que mostrou boa química em cena e dirigido por Robert Luketic (Legalmente Loira), o filme aborda de uma maneira diferente o verdadeiro sabor do "quero mais" vivido intensamente por quem já se apaixonou uma vez na vida. E expressa isto numa simples e sincera frase: "estou apaixonado e não sei porque". E pegando carona no estilo do longa, assim com ele diz que "cabelo curto não desperta ereção" e ela aprende a dizer que "homens adoram mulheres que chupam pau", A Verdade Nua e Crua pode não ser um tesão de filme, mas dentro de suas limitações, é gozado. E seria injustiça colocá-lo na categoria "somente mais uma". Vale o ingresso.

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