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    Transformers - A Vingança dos Derrotados
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Transformers - A Vingança dos Derrotados

    EFEITOS ESPECIAIS E DEFEITOS COMUNS

    por Roberto Cunha

    Desconforto. Essa é uma das sensações que se tem ao assistir a sequência de Transformers. O volume de imagens, sons e explosões é tão intenso - e hermético na ideia de mostrar muito do começo ao fim - que chega a incomodar. Mas para o fã dos bonecos da Harsbro ou quem curtiu o primeiro filme, as chances são boas. Contudo, é tênue a linha que separa o gostar do não gostar, porque Michael Bay fez um longa longo, abrindo o precedente para muita gente achar que tem muito "lenga lenga".

    Os 147 minutos (!) de Transformers - A Vingança dos Derrotados começam voltando no tempo (12.000 a.c.) para justificar a existência dos robôs nos primórdios da humanidade para depois voltar aos dias atuais e falar da parceria entre Autobots e humanos na luta contra os Decepticons. Não entendeu patavina? Não faz diferença. Um grupo representa os robôs do bem e o outro, os do mal em busca de vingança. Essa é a historia? Não. Tem mais uma bobeirinha de amor pueril entre os namorados Sam (Shia LaBeouf) e Mikaela (Megan Fox), e ainda a eterna capacidade de salvar o mundo das forças armadas americanas.

    Não se deve cobrar muito conteúdo de filmes assim. Transformers - A Vingança dos Derrotados é palco para muitos efeitos especiais e alguns, diga-se de passagem, são espetaculares, principalmente por terem sido realizados durante o dia, o que os torna ainda mais legais, como a incrível cena do porta-aviões ou os inúmeros no deserto. A produção tem um som incrível e uma boa trilha sonora. O destaque, inclusive, vai para o momento engraçado em que o Camaro (BumbleBee) de Sam toca músicas sacanas como "Superfreak", de Rick James, para zoar com uma jovem que está dando em cima de seu dono.

    Num filme refém de efeitos especiais e com roteiro raso, é muito comum a presença de cenas descartáveis. Por exemplo, a despedida de BumbleBee, o Autobot de estimação de Sam, é a primeira derrapada do roteiro, colocando o robô/carro para chorar. É triste...de se ver. Além de ficar km de distância de Herbie (Se Meu Fusca Falasse) no quesito emoção. Outra que poderia ser retirada o mais rápido possível é a piadinha "subterrânea" de colocar dois cachorros transando e, mais tarde, um robozinho trepando na perna de Fox. Tão gratuito quanto sem graça.

    Para os cinéfilos de plantão vai ser fácil identificar vários filmes do passado e do presente, como o mix de Indiana Jones com professor Robert Langdon (O Código Da Vinci) na hora que os heróis precisam resolver um enigma no Egito, além da mãe que come um cookie "natural" na faculdade e fica doidona (O Barato de Grace). Além dos efeitos especiais, o filme também é pretexto para mostrar os olhos e lábios (sempre com gloss) de Megan Fox, que protagoniza uma cena de pura apelação ao pintar, toda torta, uma moto com a bunda virada para a câmera.

    O fato é que diante da vontade de mostrar "tanta coisa", o filme de Bay fica rocambolesco a cada minuto que passa, se perde totalmente diante de seqüências de ação e acidentes que fazem os crash test dummies (teste reais de acidentes com bonecos) parecerem contos da carochinha.

    Transformers - A Vingança dos Derrotados contém efeitos especiais e defeitos comuns. Definitivamente, não é um filme transformador (com trocadilho) e sim um grande colcha de retalhos bem costurados, mas sem acabamento. Se puxar o fio do roteiro, vai soltar ponta para tudo que é lado porque a ideia primária é divertir. E consegue. Ainda mais se o pessoal da poltrona buscar somente isso e estiver com o tanque cheio de disposição.

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