O Balão Vermelho: Críticas

Le Ballon Rouge é um curta da década de 50, universal e atemporal. Fala com uma simplicidade e inocência admirável de temas que são comuns a todos nós. A história versa sobre uma criança que encontra um balão vermelho no caminho da escola, e que com algum esforço escala um poste para pegá-lo. Começa então uma jornada em que os dois juntos perpassam inúmeras situações. Ao longo desse processo a criança percebe que o balão tem uma espécie de vida própria e racionalidade. Os dois, cada um vivendo a solidão à sua maneira não são mais isolados no mundo, e passam a condicionar a existência de um a existência do outro. O garoto vive em uma região pobre de Paris, parece ter uma relação distante com a mãe, enfrenta a segregação dos colegas maiores e a repressão dos professores e dos outros adultos. O filme fala da solidão e de escapar da solidão. E de quem (ou o que) usamos para essa fuga. A criança e o balão compartilham um mundo só deles. Um mundo em que o entorno parece perder o sentido. Essa harmonia logo passa a ser ameaçada a todo tempo, seja pela mãe, pelo funcionário do bonde, pelo professor, colegas da escola ou as crianças do bairro. Os balões do filme se destacam no monocromático parisiense como àqueles que dão um pouco de cor à nossa vida. E que, também por um motivo ou outro às vezes se afastam ou se perdem. O roteiro, categoria que rendeu prêmio ao filme em Cannes é composto de poucas frases, nem por isso deixa de ser interessante. Quem disse que o simples não pode ser complexo? Que é preciso falar muito para dizer muito?