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    O Grande Herói
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    O Grande Herói

    Patriotismo sem fim

    por Lucas Salgado

    O cinema norte-americano é muito competente em fazer filmes de ação e de guerra, sendo inúmeros os exemplos de grandes obras, como O Resgate do Soldado RyanPlatoon e (por que não?) Bastardos Inglórios. O problema é que a mesma Hollywood muitas vezes usa seus canais não para contar uma história de superação ou conquista, mas sim para promover a indústria bélica dos Estados Unidos.

    O Grande Herói é um filme que tem seus momentos e que poderia ser muito mais eficaz não investisse num patriotismo sem fim. Chegamos a ouvir falas como: "Você pode morrer pelo seu país, mas eu vou viver pelo meu." Sério, tal diálogo está presente no longa. As referências à honra dos soldados, à bandeira nacional e a lemas do exército estão presentes. E as mortes são as mais belas que um soldado pode desejar.

    O filme é baseado em fatos reais e faz questão de deixar isso muito claro. Começa com imagens de arquivo e termina com fotos dos personagens reais. A trama gira em torno de quatro oficiais da marinha que recebem a missão de assassinar um importante membro do Talibã. Durante um reconhecimento, eles se deparam com um senhor e duas crianças e tomam a decisão de deixá-los partir. Pouco depois, um verdadeiro exército vai atrás deles.

    Mark Wahlberg, Taylor Kitsch, Emile HirschBen Foster formam o quarteto principal e mandam bem, dando um pouco de gás ao longa. Wahlberg vive o protagonista Marcus Luttrell e tem uma atuação de destaque, criando um personagem heroico, mas também muito falho. Ele tem momentos de indecisão, deixa a arma cair e nem sempre parece tomar a decisão mais correta.

    Kitsch vive o tipo super-herói, que faz de tudo por seu pelotão, enquanto que Foster é o mais nervoso e radical, que nem por isso contesta suas ordens.

    Além das atuações, o longa se destaca pelo trabalho de maquiagem, que capricha nos ferimentos. Infelizmente, o filme opta por estilizar demais algumas cenas e acaba perdendo um pouco o impacto, como é claro nas sequências em que os personagens rolam por um barranco.

    O longa representa uma evolução se lembrarmos que o último trabalho do diretor Peter Berg tinha sido a bomba Battleship - A Batalha dos Mares. Ainda assim, é uma obra que não convence, nem encanta. E tampouco diverte.

    Com um excepcional trabalho de som, The Lone Survivor (no original) peca na trilha sonora. A versão melosa de "Heroes", de David Bowie, é sonolenta e desinteressante. Quando o filme consegue estragar até mesmo David Bowie é porque muita coisa está errada.

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